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Curiosos com a realização audiovisual, sejam ou não iniciados nesse universo, têm mais uma boa oportunidade de adentrar nos processos que compõem diferentes tipos de produção, de filmes pequenos a grandes trabalhos hollywoodianos. Resultado de uma pesquisa de pós-doutorado desenvolvida ao longo de dois anos pelo jornalista, professor e pesquisador pernambucano Filipe Falcão, o livro Introdução à direção de fotografia: Como transformar seu roteiro em filme, que teve seu lançamento oficial no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), através da Gênio Editorial, utiliza uma linguagem acessível e didática para detalhar tanto a história dos enquadramentos ao longo do tempo como para conceituar questões básicas do uso da imagem que permeiam o cotidiano de todos nós, inseridos num mundo imperativamente digital.
O que torna boa a luz de uma cena, a ressignificação que uma imagem dá ao que está no roteiro, a diferença de tipos de planos e lentes e a interferência dessas escolhas no resultado final de uma obra estão entre os principais tópicos explicados na publicação, que tem o texto de apresentação assinado pelo diretor de fotografia pernambucano Pedro Sotero, colaborador frequente de Kleber Mendonça Filho e renomado por seu trabalho em O som ao redor, Aquarius e Bacurau. O professor e pesquisador Rodrigo Carreiro, especialista na construção sonora do cinema, assina o prefácio.
Interessado em expandir esse tema para um projeto que fosse além do universo acadêmico, o autor explora, ao longo de seis capítulos, as habilidades criativas que compõem a direção de fotografia e como ela é responsável pela tradução em imagens da dramatização contida na narrativa textual. Sentindo falta de publicações que se aproximem do público para apresentar e discutir conceitos formais e de produção, Filipe conta em que momento a ideia da escrita surge e fala ainda do poder de se explanar sobre cinema e audiovisual em um contexto no qual todos, de algum modo, estão conectados com a linguagem.
“Quando concluí a minha pesquisa, realizada pela Universidade Federal de Pernambuco, comecei a produzir vários artigos e um deles chamou a atenção da editora em um congresso. A partir daí, o livro começou a tomar forma. Achei importante, então, fazer um apanhado histórico e, em seguida, falar tanto das diferentes escolhas estilísticas possíveis como de todos os fatores que compõem o trabalho de luz. Queria mostrar as possibilidades de se gravar em estúdio, em externa, com distintas intensidades de luz e temperaturas de cor, além de movimentos de câmera e usos de zoom. Tudo isso pode ser muito técnico e teórico, mas a minha intenção principal com o livro é tornar cada fase dentre todas essas uma leitura fácil e gostosa”, afirmou em entrevista ao Viver.
“A ideia de estudar linguagem no audiovisual é mais relevante hoje do que nunca por estar muito presente no nosso dia a dia. Usamos todo o tempo os conceitos da direção de fotografia, mesmo sem perceber, quando fazemos nossos vídeos, fotos, lives e tantas outras produções dentro do meio digital que estão tão ao alcance agora. Mesmo que nem todos tenham o máximo de preocupação ou interesse em cada aspecto da fotografia, o livro acaba se relacionando com muito mais leitores do que apenas aqueles familiarizados com o cinema e a televisão. E pode até ajudar em vários processos de filmagem que tantas pessoas utilizam diariamente”, completou Filipe.