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CINEMA

'Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice' é mais dinâmico do que o original

Continuação esperada por quase 40 anos acrescenta personagens, música e energia ao universo do clássico de Tim Burton

Publicado em: 07/09/2024 06:00 | Atualizado em: 07/09/2024 11:38

 (WARNER/DIVULGAÇÃO)
WARNER/DIVULGAÇÃO
Lançado em 1988, o clássico da comédia macabra Os fantasmas se divertem estabeleceu a assinatura de Tim Burton como um dos diretores mais reconhecíveis do cinema americano, com sua característica fantasia cômica/familiar manifestada em seu universo gótico melancólico. Sucesso de crítica e de bilheteria, o filme – sobre o casal (vivido por Alec Baldwin e Geena Davis) falecido em um acidente e seus fantasmas ficavam presos dentro da sua casa buscando uma maneira de expulsar os novos moradores – gerou várias especulações a respeito de uma sequência à época, mas o cineasta engatou outros projetos e este ficou em terceiro plano.

Em 2022 foi confirmado que uma continuação sairia do papel, após abrir o 81º Festival de Veneza (fora de competição), Os fantasmas ainda se divertem: Beetlejuice Beetlejuice, em cartaz nos cinemas, finalmente se tornou realidade. Agora sem a presença do casal de protagonistas do primeiro filme, mas com muitas adições ao elenco, a história segue a personagem clarividente Lydia (Winona Ryder), que retorna à casa em Winter River, com a filha Astrid (Jenna Ortega) e a madrasta Delia (Catherine O’Hara), após a morte trágica do seu pai. De volta ao cenário icônico, a personagem passa a ter visões cada vez mais frequentes do fantasma excêntrico Beetlejuice (Michael Keaton), que, no mundo dos mortos, teme ter de enfrentar sua ex-esposa Dolores (Monica Bellucci), uma cadáver sugadora de almas.
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A criatividade no uso dos prostéticos (que resultou em um Oscar de melhor maquiagem e penteados), do humor absurdo e da aparência irreverente do longa original talvez fossem suficientes, durante aquele período do cinema comercial hollywoodiano, para disfarçar algumas limitações, como a falta de personalidade no casal central, a falta de energia visual nas cenas em que o Beetlejuice de Michael Keaton não estava em cena e o jeito atropelado com que os arcos eram apresentados e encerrados.

Esta sequência, felizmente, não tem esse problema estrutural específico. Mesmo mantendo o tom zombeteiro 100% do tempo, Os fantasmas ainda se divertem possui um senso de causa e efeito mais eficaz do que o anterior e muito do seu dinamismo se deve ao despojamento do elenco – que inclui Justin Theroux, Willem Dafoe, o estreante Arthur Conti e uma pequena participação de Danny DeVito. Winona Ryder e Jenna Ortega estão nas suas absolutas zonas de conforto, interpretando variações de outras personagens icônicas, mas Michael Keaton, sob uma regência ainda mais escrachada de Tim Burton, faz parecer que mal se passou um ano desde que interpretou Beetlejuice pela primeira vez e redobra a aposta no absurdo em algumas inspiradas sequências musicais.
 (WARNER/DIVULGAÇÃO)
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Esse dinamismo do filme, que rende momentos de escracho até mais gráficos que no primeiro, é também responsável por certo inchaço de tramas paralelas. Embora todos os pequenos núcleos sejam isoladamente espirituosos e mantenham a narrativa mais movimentada do que em 1988, alguns personagens que prometiam belas participações são rapidamente esquecidos pelo roteiro (Bellucci e Dafoe, principalmente) e conflitos igualmente promissores são resolvidos abruptamente.

É, de qualquer modo, refrescante que, após anos de projetos recebidos com frieza, como O lar das crianças peculiares e Dumbo, Tim Burton retorne a sua casa de horrores particular com a energia maníaca que molda o personagem-título. Tanto para os fãs do clássico quanto para os que não possuem grande ligação com ele, é uma boa notícia que Os fantasmas ainda se divertem: Beetlejuice Beetlejuice equilibre a nostalgia autorreferente com a sensação de que a brincadeira de mortos-vivos pode ter cara de novidade, mesmo que só até as luzes acenderem.
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