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OFICINA

Oficina gratuita trilha hibridismo entre Dança e Música no Paço do Frevo

Artistas e não artistas, com interesse no estudo do hibridismo entre as linguagens da Dança e da Música, podem se inscrever até 26 de setembro

Publicado em: 16/09/2024 11:49

Artistas Drica Ayub e Rodrigo Félix  (Foto: Anderson Stevens)
Artistas Drica Ayub e Rodrigo Félix (Foto: Anderson Stevens)
A oficina gratuita "Corpo Polirrítmico: dança, ritmo, criação e escuta", que acontecerá em outubro no Paço do Frevo, Bairro do Recife, está com inscrições abertas até o dia 26 de setembro para pessoas diversas com idade a partir dos 15 anos, que podem participar do processo seletivo preenchendo o formulário disponibilizado na bio do Instagram @corpo.polirritmico. A oficina é ancorada em anos de pesquisa das artistas Drica Ayub e Rodrigo Felix, artistas da Dança e percussionistas que se encontraram no universo da palhaçaria há anos, como também na tradicional brincadeira do Boi Marinho guiada pelo mestre Helder Vasconcelos.

Rodrigo Felix é percussionista conhecido na cidade do Recife e membro da banda Forró na Caixa, tocando com nomes como Pandeiro do Mestre, Poli, entre outros, e tem seu percurso na Dança, principalmente, pelas brincadeiras populares. Drica Ayub, ingressando no mundo percussivo, e atualmente membra da banda "Forró do Suco Elétrico", é dançarina e pesquisadora do corpo que tem a improvisação com base nas danças populares, mergulhando profundamente nas escutas corporais (dentro das somáticas) e de seus ritmos conectando-os aos ritmos externos.

Ambos, corpo e som, "moganga" e brincadeira. Se lançam, então, juntos para propor a "instigação" e investigação de caminhos pouco explorados no corpo, tanto por artistas da Dança, mas também da Música: a polirritmia. O caminho proposto pela dupla será de aguçar os sentidos, ampliar a escuta, aprimorar percepções, ritmar percursos para produzir saberes e musculaturas para trilhar uma jornada de abertura e treinamento a um corpo polirrítmico.

Além de Drica e Rodrigo, a oficina conta com a condução de mais cinco artistas e educadores da cidade do Recife, costurando ritmos aos passos que serão dados, conforme anunciam os artistas pesquisadores:

"Joselma Soar vem trazendo de sua sabedoria corporal de escuta profunda a partir de sua experiência enquanto dançarina cega, nos provocando a ampliar a percepção de nosso espaço; Helder Vasconcelos incrementa com seu trabalho de pulsos e pisadas, convidando as bases do Cavalo Marinho pra entrar na roda; Íris Campos, nos trupés do Caboclinho, ancora a força dos povos originários com suas sonoridades e pisadas; Marcela Felipe, nas bases do Frevo, demarca o código das brincadeiras de rua, e nos amplia em mugangas e brincadeira; e Orun Santana, amplia o jogo de dentro com a Capoeira, suas origens e mesclas de jogo e dança. Todos e todas contribuindo com seus saberes da cultura popular, nos fornecendo repertório rítmico e corporal para avançarmos à abertura deste corpo polirrítmico que recebe costura com os artistas pesquisadores", antecipam Drica e Rodrigo.

É no reconhecimento corporificado dos próprios pulsos e ritmos internos, e seus funcionamentos, que a turma se lançará a sentir e descobrir os ritmos externos e experimentar composições sonoras e de movimento de forma individual, mas sobretudo coletiva. Os exercícios propostos serão em sua maioria em formato de jogo, estimulando o engajamento e a criatividade das pessoas participantes. Instrumentos musicais e a tecnologia serão utilizados para compor e ampliar as possibilidades de escuta, criação e composição.  

Serão 12 encontros de 3h cada um deles, distribuídos em quatro semanas, que acontecerão às terças, quartas e quintas-feiras pela manhã (9h às 12h) no mês de outubro. Começando no dia 8 de outubro, as semanas estão divididas nas temáticas: (1) 8,9,10/10: "A Escuta como Base"; (2) 15,16,17/10: "Outras Escutas e Pulso Rítmico"; (3) 23, 24, 25/10: "Bases rítmicas de ritmos pernambucanos"; (4) 29, 30, 31/10: "A Polirritmia como procedimento de criação artística".

Um dos objetivos mais importantes do curso é incentivar pesquisas e criações que vislumbrem hibridismos das linguagens artísticas da oficina, mas também outras, onde a polirritmia se constituirá e se construirá como base para o desenrolar da criação. Assim, no dia 14 de novembro acontecerá uma Mostra com os processos/resultados artísticos, onde os processos coletivos serão estimulados e acompanhados por Drica e Rodrigo, que darão suporte às pesquisas no período compreendido entre a finalização das aulas e a Mostra.  

Segundo Drica Ayub e Rodrigo Felix, outro importante objetivo é gerar e fomentar intercâmbios de saberes e construção de diálogos entre as linguagens da Dança e Música. Assim, visando incrementar as trocas e construções, cada aula terá cinco vagas destinadas a artistas da Dança e/ou Música que possuam trabalhos relacionados, possibilitando uma maior ampliação de alcance e também reverberações artísticas e pedagógicas.

"O corpo que pulsa é o corpo que dança e é o corpo que faz música. Um corpo múltiplo, que ocupa seu espaço no mundo em sua multiplicidade de pulsos e ritmos. Segundo nosso grande mestre Naná Vasconcelos, o melhor instrumento é o corpo! E aqui vamos abri-lo, brincar com ele, percebê-lo nos tempos; afiná-lo", expressa a artista Drica Ayub, quem facilitará a oficina ao lado de Rodrigo Felix.

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