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'Retratos fantasmas', de Kleber Mendonça Filho (Divulgação) |
As gravações do novo filme de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, O agente secreto, têm provocado grande curiosidade nos recifenses desde que começou em meados de junho na capital pernambucana. Produção de época, ambientada em 1977, o longa, sobre um professor fugido da ditadura que chega ao Recife durante o carnaval, teve diversas sequências externas rodadas em diferentes pontos da cidade, como a Ponte do Pina, o cinema São Luiz e seu entorno, a Padaria Santa Terezinha, entre outros, com os carros antigos tomando conta das ruas chamando atenção da população e causando nostalgia nas redes sociais.
Relembre outros longas de diferentes diretores rodados em Recife que levaram a capital para as telas do cinema e marcaram o audiovisual brasileiro.
Amarelo manga (2002)
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Diferentes enredos se desenvolvem e se entrelaçam no cenário recifense, como a sedutora dona de um bar, açougueiro casado que mantém uma amante e o sujeito que é apaixonado por ele. Filmado em 2001 nos subúrbios e no centro de Recife e Olinda, Amarelo manga é reconhecido nacionalmente como um dos filmes pernambucanos mais aclamados e é talvez o mais famoso trabalho de Cláudio Assis, que também filmou na capital os filmes Febre do rato (2012) e Piedade (2017), ambos protagonizados pelo seu colaborador-assinatura Matheus Nachtergaele.
Amigos de risco (2007)
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De volta ao Recife após uma temporada longe, um sujeito decide comemorar com seus amigos na cidade em um bar à noite, no que vai se transformar em um pesadelo cômico pela noite adentro. Dirigido por Daniel Bandeira, que mais de uma década depois dirigiria o suspense Propriedade, também rodado em Pernmabuco, Amigos de risco é uma comédia de erros que leva o espectador a lugares da cidade que frequentemente estão fora das telas cinema.
Boa sorte, meu amor (2012)
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De Daniel Aragão, este longa protagonizado por Vinícius Zinn e Christiana Ubach teve todo o seu primeiro ato rodado na capital pernambucana. No filme, um rapaz de uma família sertaneja aristocrática trabalha em uma empresa de demolição e se apaixona por uma estudante de música que desaparece. Fotografado em preto e branco, o trabalho mostra na sua primeira parte as mudanças urbanas da cidade em tom de denúncia, algo que seria cada vez mais recorrente no cinema pernambucano.
O som ao redor (2012)
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Primeiro longa-metragem de ficção de Kleber Mendonça Filho, O som ao redor conta diversas histórias distintas, sendo as principais uma família de classe média de Boa Viagem se sentindo intimidada pela presença de uma milícia e uma mulher cada vez mais estressada com o cachorro do vizinho. O cotidiano recifense, as marcas históricas da escravidão e da violência, a insegurança urbana e as tensões de classe são os temas principais do filme, quase inteiramente filmado na capital pernambucana e, em grande parte, no apartamento do próprio cineasta, em Setúbal.
Amor, plástico e barulho (2013)
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Dirigido e escrito por Renata Pinheiro, que faria depois o premiado Carro rei (2022), este longa conta a história de uma dançarina (interpretada por Nash Laila) que sonha em ser cantora de brega e segue para isso os passos da cantora famosa Jaqueline (Maeve Jinkings). Tematicamente e geograficamente, Amor, plástico e barulho carrega o espírito do brega recifense nas veias e na música.
Tatuagem (2013)
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Dirigido e escrito por Hilton Lacerda, que dirigiu anos depois Fim de festa, também rodado no Recife, Tatuagem se passa em 1978 e segue um grupo de artistas subversivos durante a ditadura miliar, comandado por Clécio (Irandhir Santos). O longa venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Gramado.
Aquarius (2016)
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Se em O som ao redor, Kleber Mendonça Filho mostrou diferentes cotidiano intuindo assuntos diversos que eles representavam, em Aquarius, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 2016 e se tornou um dos filmes mais aclamados do cinema nacional contemporâneo, ele centralizou a narrativa em Clara (Sônia Braga), última moradora de um edifício à beira mar que recebe a proposta de venda do seu apartamento e entra em um confronto com a construtora ao dizer 'não'. O edifício Oceania, onde o filme foi gravado, acabou de ser oficialmente protegido pela Prefeitura do Recife na qualidade de Imóvel Especial de Preservação.