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Foto: João Fernando Bonfim |
Icônico personagem de Ziraldo, falecido em abril deste ano, 'O menino maluquinho' ganha mais uma interpretação pelo maestro radicado em Pernambuco Wendell Kettle. Compositor, arranjador e regente, ele apresentará sua obra inédita no V Festival de Ópera de Pernambuco (FOPE), nos próximos dias 23, 24 e 25 de agosto, no Teatro de Santa Isabel.
Projeto tocado com o apoio do Funcultura, 'O Menino Maluquinho' em forma de ópera sob o olhar e o cuidado do maestro tinha sido compartilhado com o próprio Ziraldo, que deu sua benção e permissão para que a ideia fosse adiante.
"Eu tive a ideia de escrever essa ópera já há muito tempo. Eu queria muito poder fazer uma ópera cantada por crianças e o incentivo foi quando participei do projeto Música na Escola, durante minha graduação no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), sob a orientação da professora Marisa Fonterrada. Depois aprimorei minhas ideias sobre óperas infanto-juvenis enquanto estive no doutorado, na Rússia. Eles têm esse tipo de atividade lá, que é uma coisa fabulosa, fantástica, sobre histórias e folclores locais", rememora Wendell.
O grande diferencial da versão do maestro Kettle de “O Menino Maluquinho” em relação às outras duas óperas já realizadas é que, em sua versão, apenas crianças cantam e atuam. O compositor reverencia Ernani Aguiar e Calimério Soares, que fomentaram a ópera brasileira com temática infanto-juvenil com suas versões deste título de Ziraldo e lembra da importância de ampliar a história a partir de novas óticas.
Sua interpretação do livro o levou a criar uma história onde o Menino Maluquinho sai em busca de novas descobertas de emoções ligadas ao processo de crescimento. “Estou muito satisfeito com o processo, as crianças estão muito empenhadas, o resultado tem sido excelente! Tenho certeza que vai ser um espetáculo que vai sensibilizar e emocionar a todos que puderem vir aí nos assistir”, pontua.
“Sobre a história, a mensagem que a gente quer passar é de uma vida nessa faixa etária muito vívida, muito intensa, com as diversas emoções interferindo, influenciando na vida não só do Menino Maluquinho, mas das outras crianças que compõem a sua turma de amigos, tanto na escola, quanto nos momentos na rua de brincadeira”, destaca o maestro.