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Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto |
Homenageada com o Troféu Cidade de Gramado, na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Vera Fischer participou na tarde desta quarta (14) de uma coletiva de imprensa em que falou sobre sua trajetória no cinema, no teatro e na televisão e revelou planos para futuros projetos. Com mediação de Simone Zukuloto, do Canal Brasil (que transmite ao vivo o festival), a conversa tocou em várias fases da carreira da atriz, desde quando foi miss, aos 17 anos, até o fim do seu contrato com a Rede Globo a partir do início da pandemia, em 2020.
"Eu não imaginava que o festival fosse acontecer esse ano, com tudo o que ocorreu no estado do Rio Grande do Sul. Então estou muito, muito honrada e surpresa também com o convite para receber esse troféu. É um ano muito significativo, uma demonstração enorme de resistência desse festival. Já vim outras vezes como convidada e uma vez com um filme e estar sendo homenageada num ano como esse é especial demais", afirmou Vera.
Um momento marcante que a atriz lembrou no seu trabalho no cinema foi o filme Intimidade, de 1975, considerado pela própria o primeiro momento em que de fato se reconheceu como uma atriz - o que, anos antes, não imaginava ser. Ela destacou ainda sua forte parceria com o diretor Walter Hugo Khouri, citando Amor estranho amor, filme de estreia de Xuxa, como um dos mais representativos dessa época.
"Foi um período em que eu fiz praticamente um filme por ano, principalmente nos anos 1970. Walter Hugo Khouri foi um grande parceiro de muitos filmes e esse, em particular, tinha uma estética muito bonita, uma fotografia linda. O Khouri me ensinou cada detalhe dos closes, planos médios, planos gerais do dia. Eu não estava acostumada com isso. Ele decupava tudo de madrugada e sabia exatamente o que queria sempre, uma coisa que eu nunca tinha visto", contou.
Relembrando os maiores momentos de sua jornada de atriz, Vera deu sua opinião sobre o atual panorama das novelas e de outros projetos de televisão, destacando que sente mais vontade hoje de fazer teatro e cinema. "Na televisão, eu acho que eu fiz as coisas boas na hora certa, na época em que as coisas eram boas, as novelas, os dramas. Tudo era muito bem dirigido, escrito e com um cuidado artístico e uma originalidade muito forte. Então, sendo bem sincera, eu não sinto saudade. Principalmente do que ouço falar, sei que as coisas não estão como eram nessa época. Foram mais de 40 anos trabalhando na TV Globo e chegou uma hora em que eu estava num ostracismo mesmo, deixada de lado, e mais por uma questão deles, não minha. Eu ainda tinha muito pra dar", ressaltou.
Vera Fischer revelou ainda na coletiva o seu desejo de produzir um filme ou série sobre sua vida. "Eu amo muito cinema e estou buscando uma forma de produzir um projeto, seja filme ou série, documental ou ficção, sobre a minha própria história. 72 anos de vida não é pouca coisa, gente. Claro que a gente tá passando por um momento difícil e o cinema exige maiores recursos para ser feito, mas já tenho duas pessoas vendo isso pra mim", disse a atriz. "Me chama, me chama, me chama! Eu quero muito fazer cinema de novo e conseguir um grande papel."