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MÚSICA

Eventos do Recife negligenciam dançarinos de K-pop

Enquanto a cultura coreana cresce no Brasil, capital pernambucana não concede oportunidades qualificadas para covers de K-pop

Publicado em: 21/08/2024 06:00 | Atualizado em: 20/08/2024 19:53

''Highlight Festival - Edição K-pop'' é uma luz no fim do túnel para covers de k-pop no Recife (Foto: Esterline Goes/Highlight)
''Highlight Festival - Edição K-pop'' é uma luz no fim do túnel para covers de k-pop no Recife (Foto: Esterline Goes/Highlight)
Recife se consagra como capital multicultural por acolher uma diversidade de culturas e ritmos em diferentes épocas e locais da cidade. Enquanto a batida do bregafunk ecoa e o frevo salta nas ruas, a música sul-coreana, conhecida como K-pop, conquista seu espaço por meio de dançarinos e grupos covers. A cena pernambucana enfrenta problemas como descaso e falta de visibilidade em eventos locais, mas o último final de semana trouxe um alento: o Teatro Barreto Júnior foi palco do Highlight Festival - Edição K-pop, um novo ponto de encontro para celebrar essa influência cultural.

O festival estreou com torneios de covers de K-Pop da região, nas categorias solo e grupo, e ofereceu um total de 3 mil reais em prêmios. A competição foi acirrada desde o início: das 124 inscrições recebidas, apenas 35 foram selecionadas, divididas entre 20 solos e 15 grupos. Na categoria solo, Gio Lacerda interpretou Wicked Love, da cantora Yena, e conquistou o primeiro lugar. No concurso de grupos, o Moveados apresentou Gingamingayo, do grupo feminino Billlie, e levou o prêmio para casa. É a primeira vez que o evento, organizado pela produtora cearense Highlight, ultrapassa as fronteiras de Fortaleza.

“Sabemos que a cena de Recife é composta por pessoas apaixonadas e com uma trajetória importante. Sempre quisemos criar uma competição que atendesse a uma necessidade que o público local mencionava: a falta de eventos desse tipo. Esperamos que este festival seja uma porta de entrada para muitas outras competições e eventos, pois queremos que o K-pop alcance mais pessoas e também atender aos grupos locais que desejam dançar e competir”, afirma Clara Gomes, produtora da Highlight. De acordo com a organização, o festival vem para ficar e com possibilidade de acontecer em novas edições e temáticas.

É um novo fôlego para a cena pernambucana e recifense do K-pop, uma vez que a ausência de espaços dedicados à cultura coreana prejudica a competitividade e a visibilidade dos talentos locais. A maioria das competições no estado ocorrem em eventos de cultura geek e asiática, sem proporcionar o espaço adequado para os covers de K-pop. 

Gio Lacerda, que dança há 12 anos e venceu o concurso na categoria solo, defende a criação de melhores espaços e oportunidades para os competidores. “Muitas vezes, em eventos passados, fomos tratados apenas como uma parte da programação, sem o devido reconhecimento. Precisamos de mais eventos que realmente valorizem e tratem os artistas com respeito, mostrando que há um público e uma comunidade pronta para participar e apoiar.”
 
Gio Lacerda dançou música da idol Yena para vencer concurso solo (Foto: Esterline Goes/Highlight)
Gio Lacerda dançou música da idol Yena para vencer concurso solo (Foto: Esterline Goes/Highlight)
 
Apesar das dificuldades, Ana Carolina, de 17 anos, conseguiu estrear em sua primeira competição. Apaixonada por K-pop desde pequena, ela escolheu seguir o caminho da dança depois de ter desistido anteriormente. "Passei a semana dividida entre estudar a coreografia, assistindo vídeos e analisando os movimentos, e a outra metade praticando os passos. A experiência foi ótima, foi uma excelente primeira vez". Ela espera continuar no circuito do K-pop, mas expressa preocupação com a falta de oportunidades na programação cultural do Recife. “Antes, havia eventos quase todos os meses, mas a frequência diminuiu. Eu moro em Cavaleiro, então Recife é mais acessível para mim do que outras cidades. A questão dos eventos está bem complicada”, lamenta.

K-pop não se refere a um gênero específico, mas é um termo mercadológico utilizado pela indústria musical coreana que agrupa diversos estilos como pop, hip-hop, R&B, rock e música eletrônica. As danças e músicas fazem parte do contexto da Hallyu, nomenclatura para "onda coreana", onde também se compreende a moda, cinema e culinária do país asiático. Segundo levantamento realizado pelo Spotify, o Brasil é o quinto país que mais escuta k-pop no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Indonésia, Filipinas e Japão. Em 2023, os artistas, conhecidos como "idols", e os grupos mais populares foram BTS, Blackpink, Jungkook, NewJeans e Stray Kids.
 
Confira todos os vencedores do Highlight Festival - Edição K-Pop 
 
Concurso Solo
1° Lugar - Gio Lacerda (Música: Wicked Love - Yena)
2° Lugar - Lua (Música: Nobody Knows - Kiss of Life)
3° Lugar - Dryanne (Música: Peaches - Kai)

Concurso Grupo
1° Lugar - Moveados (Música: Gingamingayo - Billlie)
2° Lugar - UNnamed (Música: Firework - &TEAM)
3° Lugar - Plus Team (Música: Nightwalker - Ten)
4° Lugar - Move Boys (Música: Crazy Form - Ateez)
5° Lugar - Lotus (Música: Feel Good - Fromis9)
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