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CINEMA

'Twisters' acerta pela simplicidade da aventura clássica e carisma do elenco

Nova versão de sucesso dos anos 1990 tem boas sequências de ação e química cheia de faíscas entre Glen Powell e Daisy Edgar-Jones

Publicado em: 11/07/2024 13:03 | Atualizado em: 11/07/2024 13:13

 (Warner/Divulgação)
Warner/Divulgação
Lançado em 1996, o primeiro Twister era muito mais uma desculpa para filmar grandes sequências de ação com tornados, numa época de auge dos filmes-catástrofe, do que um conjunto bem resolvido de drama e espetáculo. Com Helen Hunt e Bill Paxton nos papeis principais e direção de Jan de Bont (Velocidade máxima), aquele filme, para todos os efeitos, foi um enorme sucesso de bilheteria, com cerca de $ 494 milhões arrecadados mundialmente, e se tornou um jovem clássico da sessão da tarde.

Em cartaz nos cinemas, Twisters, refilmagem/sequência autônoma, era apenas uma questão de tempo para existir. Com produção executiva de Steven Spielberg e direção de Lee Isaac Chung (Minari), o filme tem como protagonista Katie (Daisy Edgar-Jones), jovem estudiosa de meteorologia que perde o marido e dois amigos em uma caça a um tornado - ocasião em que quase morre também. De volta à caça desses furacões tempos depois de se afastar, ela se junta à equipe do seu amigo Javi (Anthony Ramos) para um teste de rastreamento, onde vai conhecer o cowboy famoso nas redes sociais Tyler (Glen Powell), também focado na aventura de rastrear os fenômenos ao lado de seus companheiros de vídeo.

Uma surpresa feliz desta versão é a destreza e eficiência da direção de Lee Isaac Chung. Nunca é o melhor dos sinais ver um cineasta celebrado por um filme pequeno de grande repercussão de repente ser contratado para uma produção de mega orçamento (Minari custou praticamente 100 vezes menos do que este projeto aqui), casos em que a visão de autor não costuma estar suficientemente formada e aquela que prevalece quase sempre é a da equipe de segunda unidade. Não que Twisters seja uma demonstração de blockbuster autoral, não chega nem perto disso, mas também não é um filme pálido e sem personalidade que poderia ter sido.

O diretor tem um tato muito bom para conciliar o ritmo aventuresco e otimista da premissa e o tom dramático de perigo que vai se avolumando em algumas sequências pontuais: conseguir deixar o espectador tenso em um tipo de produção de matinê da qual o público geralmente sabe bem o que esperar não é fácil, e é algo que Spielberg sempre manejou bem - uma influência muito clara em Twisters, inclusive.

Lógico que, para todos os complementos gráficos competentes e sequências de ação bem elaboradas, o grande chamariz do filme é o elenco principal. Glen Powell vem se tornando um dos maiores astros de sua geração e domina todas as cenas em que aparece com um ar de estrela de cinema à moda antiga, do tipo que a plateia gosta de se antipatizar no início e adora mais ainda simpatizar ao longo da projeção.
 
Twisters compreende tão bem esse espírito de conciliação do contemporâneo com a vibe clássica de aventura que abraça junto com ele essa ideia clichê de casal que lança faíscas no começo e vai se enamorando aos poucos, algo que a muito boa Daisy Edgar-Jones, com sua aparência angelical e obstinação, incorpora à altura.

Ninguém aqui quer reinventar nada, o que, em última instância, pode ser uma grande vantagem: se o Twister original ganhou as pessoas com um fiapo de trama de noivado amarrada por sequências grandiosas cheias de exposição, dois excelentes atores (acompanhados de outras ótimas participações) dispostos em uma linha narrativa redonda e efeitos convincentes são, aqui, mais do que suficientes para o projeto envolver toda uma nova geração e ainda atrair a antiga novamente.
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