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Jaquelina Fraga e Iaranda Barbosa. Fotos: Ed Machado |
O Julho das Pretas, celebrado anualmente em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, é um mês dedicado a dar visibilidade às lutas, conquistas e contribuições das mulheres negras à sociedade. Pensando nisso, o Festival Pernambucano de Literatura Negra, que acontece neste sábado, dia 27, na cidade de Garanhuns, no Agreste do estado, incorpora a esta celebração o lançamento dos livros: Movendo as estruturas, da escritora e jornalista Jaqueline Fraga; e Ponto de luz de autoria da professora, escritora e crítica literária Iaranda Barbosa.
O festival está de portas abertas para todos e será realizado na Casa UFAPE, localizada na Rua Padre Agobar Valença, 145, no bairro Severiano Moraes Filho. Na publicação Movendo as Estruturas, que chega a sua segunda edição, a autora oferece uma coletânea de artigos, distribuídos aproximadamente cem páginas, que articulam uma teia complexa da experiência sob o olhar das questões raciais no Brasil, com foco particular nas vivências das mulheres negras.
Fraga convida o público a reconhecer e enfrentar as injustiças raciais, ao mesmo tempo que celebra as conquistas e resistência das mulheres negras. “É um manifesto político e cultural que visa desafiar as normas e estruturas opressivas da sociedade brasileira”, destacou a autora, que é idealizadora do festival e segue a missão de amplificar a voz de narrativas frequentemente marginalizadas. Ela também já foi finalista do Prêmio Jabuti com o seu livro de estreia Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho.
Outra importante obra que está sendo aguardada pelo público do festival é o livro Ponto de luz, que também será lançado durante o evento. Escrita pela doutora em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Iaranda Barbosa, a publicação traz uma combinação de respeito, sincretismo e conexão com a ancestralidade.
Com 68 páginas, o livro apresenta uma visão poética e envolvente sobre as vivências profundas na cultura de matrizes africanas, experienciadas pelo bailarino, coreógrafo, produtor cultural e professor de escola pública, Daniel Dias. “Este trabalho é uma coletânea de narrativas baseadas nas conexões de Daniel e sua espiritualidade. Sem dúvidas, o leitor vai estar diante de uma das maiores riquezas que retratam as tradições e histórias que compõem a identidade cultural de nosso povo”, disse.
Os lançamentos, realizados dentro do Festival Pernambucano de Literatura Negra, que tem o patrocínio do Banco do Nordeste, via Lei de Incentivo à Cultura, prometem promover importantes reflexões entre o público. O festival também contará com ações de acessibilidade para pessoas com deficiência.