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Trecho do filme ''Sua Majestade, O Passinho'' (Crédito: Reprodução) |
A projeção nacional do bregafunk era praticamente inexistente até o sucesso de Envolvimento, de MC Loma e as Gêmeas Lacração, no início de 2018. Desde então, a cultura do passinho e as batidas metálicas características do gênero têm dominado redes sociais, playlists nas maiores plataformas de streaming e são tema de documentários que rodam o mundo. Esse é o caso dos dois filmes selecionados para o especial 'Brega: Música e territórios', que será apresentado nesta terça-feira (16/07) pela Sessão Escola do Cinema da Fundação, às 14h30, na Sala Derby.
Na sessão gratuita, serão exibidos documentários pernambucanos, seguidos de um debate com a DJ e curadora de brega, Kananda PX, e mediação de Túlio Rodrigues, Assessor Técnico de Acessibilidade do Cinema da Fundação. A ocasião terá a presença de usuários da Funase e do programa Atitude, que contemplam jovens em situação de vulnerabilidade social. “É muito gratificante quando eles podem ir ao cinema e ver filmes que, de alguma forma, representam suas realidades, criando diálogos e conexões com as experiências que já possuem”, celebra Túlio.
Um dos títulos selecionados é Faço de mim o que quero (2009), de Sérgio Oliveira e Petrônio Oliveira, que foi premiado como Melhor Documentário no Festival Internacional de Curtas Metragens do Rio de Janeiro. Ao longo de 19min, o minidocumentário destaca uma cultura periférica criada, gerida e consumida por pessoas comuns. Os trabalhadores da cena, como costureiras, figurinista, técnicos, músicos, dançarinos e empresários, são os personagens reais do filme. Vício Louco e os cantores Kelvis Duran e Conde Só Brega são alguns dos protagonistas do movimento que aparecem na produção.
Exibido no Lisboa Indie Film Festival 2022, Sua Majestade, O Passinho chega também à sessão especial do Cinema da Fundação. O documentário, de Carol Correia e Mannu Costa, narra a história, entre os morros e as vielas das periferias do Recife, do "passinho dos malokas" que transforma a cena artística da cidade. De acordo com Túlio, o distanciamento temporal entre as obras foi levado em conta no processo curatorial. “A ideia da sessão e do debate que vamos promover é fazer um contraponto sobre como era a cena do brega há 25 anos e como ela já estava estabelecida na cidade. Queremos discutir o que aconteceu nesse território ao longo do tempo, incluindo as questões de criminalização cultural e a marginalização desse consumo”.
Sessão Escola/Programa de Acessibilidade
A Sessão Escola do Cinema da Fundação oferece cine-debates para escolas públicas em diferentes níveis de ensino. A partir de filmes do acervo do Projeto Alumiar (com acessibilidade comunicacional), da Cinemateca Pernambucana, ou títulos que estão em cartaz no cinema, os alunos são convidados a participarem de uma sessão gratuita mediada por uma conversa com professores, pesquisadores e/ou realizadores do audiovisual.
“A ideia é que, além desse recorte educacional, possamos promover um sinidebate, construindo uma sessão temática onde convidamos pessoas para discutir um tema relevante”, explica Túlio Rodrigues. A sessão está inserida Programa de Acessibilidade do Cinema da Fundação, que ainda conta com a Sessão Alumiar que oferece sessões acessíveis para pessoas com deficiências sensoriais, com três modalidades de acessibilidade comunicacional: Audiodescrição (AD) para pessoas cegas ou com baixa visão; Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas surdas, e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE).
Outra iniciativa é a Sessão Índigo, que apresenta filmes para crianças, jovens e adultos com necessidades específicas, incluindo síndrome de Down, transtorno do espectro autista e TDAH. Nesta sessão, a sala é mais iluminada e o volume do som é reduzido. Para contato ou agendamentos de grupos, enviar e-mail para: acessibilidade.cinema@fundaj.gov.br.