"Uma tristeza profunda" diz neta de Valdemar de Oliveira sobre incêndio em teatro

Na madrugada desta quarta-feira (07), um incêndio atingiu o Teatro Valdemar de Oliveira, na Boa Vista, na área central do Recife.

A casa de espetáculos, que está fechada desde 2020, era considerada um dos principais pontos culturais do Recife e, nos últimos tempos, se tornou alvo constante de arrombamentos, roubos e depredações.

Para Thiana Santos, neta de Valdemar de Oliveira, a tragédia foi recebida com “uma tristeza profunda”. 

“Um coração doido, um sentimento de impotência e impunidade. Fiz o que estava ao meu alcance. Foi uma luta diária para manter o teatro de pé. Peço perdão aos meus ancestrais e a todos que de alguma forma contribuíram para erguer o Nosso Teatro, que levou 10 anos para ser construído. Foram tantos que deram as mãos e trabalharam em prol da arte de fazer teatro em benefícios de tantos necessitados”, lamentou. 

O incêndio atingiu, além das cadeiras que restavam na sala de espetáculos e alguns entulhos, a Biblioteca Samuel Campelo, que guardava documentos históricos.

“Muitos textos e livros sobre teatro, revistas da SBAT, revistas estrangeiras, coleções diversas, enciclopédias, etc... Documentos da época do Nosso Teatro e do Valdemar de Oliveira, contas, correspondências, borderôs. O mobiliário da biblioteca foi doado por Valdemar na época da inauguração, em 1972. Armários, mesa da máquina de datilografia, birô, tudo perdido”, contou Thiana. 

Ela garante, no entanto, que a história do teatro não será apagada, uma vez que o acervo principal do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) está a salvo em sua casa e na casa de sua irmã.