![Cantor mistura suas raízes às do ritmo que o consagrou (Ricardo Nunes/ Divulgação) Cantor mistura suas raízes às do ritmo que o consagrou (Ricardo Nunes/ Divulgação)](https://www.diariodepernambuco.com.br/static/app/noticia_127983242361/2024/01/18/945505/20240117214507179049e.jpg) | |
Cantor mistura suas raízes às do ritmo que o consagrou (Ricardo Nunes/ Divulgação) |
Pedro Cunha
Especial para o Diario
O novo álbum de Diogo Nogueira pode ser definido como uma viagem ao tempo. Em “Sagrado”, o sambista e compositor resgata a valiosidade de suas lembranças: as festas e rodas de samba em família, o futebol com os amigos e as histórias com o pai, João Nogueira, de quem herdou o gosto pela música e pela bola. Este é o oitavo trabalho de inéditas do cantor, que conta com oito faixas por onde circulam heranças dos batuques ancestrais e das boas memórias.
“Ele (o álbum) diz sobre meu momento atual, mas também sobre o que eu vivenciei em 16 anos de carreira, sobre o que vivi desde a infância no meu quintal de casa. É uma mistura das raízes do samba com as minhas próprias raízes, falando sobre minha espiritualidade, família, felicidade, amor, amigos... no que eu acredito e quero passar para as pessoas”, conta Diogo Nogueira, que se apresenta neste domingo, no tradicional bloco Ceroula de Olinda.
“Sagrado” é formado pelas canções “Herança Nacional” (Quero Ver Geral), “A Boa do Samba” (Coisa Boa), “No Som da Vizinhança”, “Ciência da Paz”, “Festa no Gueto”, “Partideiro Particular”, “À moda antiga” e “Meu Samba Anda Por Aí”. Esta última abre na voz de João Nogueira, em gravação original, e segue com Diogo cantando.
Para a capa do álbum, como não conseguiu encontrar uma foto que reunisse tudo que ele mais amava quando era pequeno, Diogo usou a inteligência artificial e recriou sua infância com o quintal da sua antiga casa e nele elementos considerados importantes, como bolinha de gude, violão, rodas de samba e camisas no varal. “O samba sempre esteve dentro de mim e dentro de minha casa. Em um primeiro momento não pensava em trabalhar com música profissionalmente. Até os 24 anos, tentei minha carreira nos campos. Mas como eu digo, a vida me trouxe para outros caminhos que já me estavam destinados. Não teve jeito, hoje respiro samba assim como meu pai respirava”, revela o Diogo.
Religião
O novo trabalho de Diogo Nogueira também é um forte tributo à sua espiritualidade. O cantor, que nunca escondeu a importância do Candomblé em sua vida, diz que a ligação do samba com as religiões de matriz africana é um dos motivos de haver preconceito com o ritmo. “O Candomblé, assim como o samba, é uma herança familiar que vem lá de trás, da minha avó-madrinha que era mãe de santo. Minha criação e minha família vieram desse lugar, assim como o samba e o batuque. O Candomblé é um pilar muito importante em minhas raízes, em quem eu sou como pessoa e como artista”.
Para o show deste domingo, além das canções do novo álbum, Diogo incluirá no setlist sucessos que marcaram sua carreira, como “Pé na Areia”, “Alma Boêmia”, “Clareou” e “Sou Eu”.