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Patrimônio Vivo de Pernambuco, Lia de Itamaracá completa 80 anos

Artista enraizada na legítima identidade pernambucana, Lia de Itamaracá é celebrada por conquistar o mundo e seguir sendo ela: um ícone de todos nós

Publicado em: 12/01/2024 06:00 | Atualizado em: 12/01/2024 08:58

Lia de Itamaracá festeja 80 ano (Bruna Costa/ Arquivo DP Foto)
Lia de Itamaracá festeja 80 ano (Bruna Costa/ Arquivo DP Foto)

Patrimônio Vivo de Pernambuco, Lia de Itamaracá chega hoje aos 80 anos soberana, em plena atividade, cirandando a vida na beira de muitos mares.

A única de 22 irmãos a enveredar pela música, Maria Madalena Correia do Nascimento começou a cantar ainda criança, na praia de Jaguaribe, em Itamaracá, ilha onde nasceu e continua a viver.

Estreando profissionalmente na música nos anos 1970, quando venceu um festival de música no Pátio de São Pedro, Lia virou destaque no meio artístico através das cirandas clássicas pernambucanas.

Nos anos 80, ela passou a ser merendeira da Escola Estadual de Jaguaribe, profissão da qual se orgulha e que seguiu exercendo paralelamente à carreira artística. Na década de 90, o Manguebeat, que descortinou vários gêneros populares do estado, foi fundamental para que ela rompesse a barreira regional e chegasse a todo o país, como conta ao Viver a biógrafa de Lia, Michelle Assunção.  
 
"A força de Lia, da sua presença e de sua voz pode ser comprovada pelo alcance de sua arte, que se firmou na música, mas inspirou outras expressões artísticas, como o audiovisual e a moda. Seu estilo também inspirou a criação de vários estilistas. Ela é uma artista grandiosa, cuja vida pessoal é de muita simplicidade e superação, e a vida profissional uma trajetória sempre ascendente. Tanto é que chega aos 80 anos reverenciada por todo país", enaltece Michelle.

HOMENAGENS
Lia ganhará uma homenagem de aniversário poderosa como sua história com a terceira edição do festival ‘O Canto da Sereia’, que segue com programação especial gratuita de hoje até o domingo, dia 14, na praia de Jaguaribe. Dividido em três palcos – Palco Som na Rural, Palco Lia de Itamaracá, Palco Estrela de Lia (instalado no palhoção onde funciona o Centro Cultural Estrela de Lia) –, o evento reúne as músicas, danças, religiosidade e inspiração artística que fazem parte do imaginário da cantora e compositora icônica do estado.

“Eu tô achando tudo uma maravilha, estou muito feliz, alegre e me sentindo muito amada porque estou recebendo em vida essa homenagem e esse reconhecimento de todos que conhecem minha luta e minha história”, celebra Lia.

Um mutirão de grafite marca a abertura a partir das 10 horas, no Centro Cultural Estrela de Lia, enquanto os afoxés, maracatus, caboclinhos e orquestras de frevo dominam as ruas de Jaguaribe no período da tarde, às 15h, num cortejo que traz vários patrimônios vivos de uma só vez, como os grupos Afoxé Alafin Oyó, Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo de Santo Agostinho, Caboclinho União 7 Flexas de Goiana. Esses e outros grupos, após o desfile, estarão prontos para subir ao Palco Estrela de Lia e se apresentar a partir das 17 horas.

Já no Palco Som na Rural, às 20, os cirandeiros Mestre Bi e Ciranda Bela Rosa, além do Mestre Anderson Miguel e a Ciranda Raiz da Mata Norte, celebram a data especial com o show que antecipa a entrada da própria aniversariante, já no palco que leva seu nome, a partir das 21. Lia vai convidar ao palco As Filhas de Baracho, Fuxico de Feira com flautista Carlos Zen, além da cantora Daúde e do multi-instrumentista Sérgio Pererê, participando da apresentação de nome 'Ciranda de Ritmos'.

No sábado haverá a cerimônia Odoyá Iemanjá, conduzida pelo babalorixá Pai Milton de Xangô, do Centro espírita Baba Ogodô (SP); a apresentação do projeto Cafurnas Fulni-ô, que divulga cantos tradicionais de tal povo indígena, e ainda a cacica Valquíria Kyalonan Karaxuwanassu, do povo Karaxuwanassu.

O audiovisual não fica de fora do festival, que traz no sábado uma sessão do Cineclube 'O Canto da Sereia', no Palco Estrela de Lia, a partir das 17h30, com videoclipes e documentários protagonizados por Lia e sua ciranda. E o domingo terá a oficina ‘Construção de Maraca com Coletivo Chama Griô’, apresentação do Trans Coco de Igarassu, grupo que combate a transfobia, da Trupe do Patrimônio e, à noite, da cantora e compositora Catarina Dee Jah.

Lia também será homenageada no carnaval 2024 do Recife e de Pernambuco e tema das escolas de samba Império
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