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Foto: Divulgação |
A ansiedade de grande parte do público do Festival de Inverno de Garanhuns de 2023 para conferir atrações altamente aguardadas desde o seu anúncio foi finalmente saciada no começo desta semana, quando alguns dos maiores nomes do brega tomaram conta do Palco Dominguinhos, o principal polo do evento.
A partir das 19h30, a festa já se movimentava com o som da dupla Carlos e Fábio, cantores naturais de Arcoverde que abriram a noite com o som de um sertanejo que eles vêm difundindo pelo estado há mais de 10 anos e que foi amplamente acolhido pelo público garanhuense. Trazendo faixas autorais desde seu primeiro EP, lançado em 2016, até os seus sucessos recentes, a dupla demonstrou que suas músicas já estão na boca do povo da cidade e, mesmo embaixo do frio e da garoa, agradeceu o calor intenso da plateia.
Com o palco aquecido, chegou a vez da águas-belense Mônica Almeida, recebida pelo público com as lanternas dos celulares acesas e cantando alguns de seus maiores hits. “É muito importante a valorização que esse festival dá para artistas de outras cidades e, pela importância nacional dele, é incrível ver artistas que estão começando a ganhar essa projeção ou que estão chegando na melhor fase de suas carreiras, como eu posso falar com toda a convicção que é a minha neste momento, abrindo espaço no mundo musical”, completou a cantora, que concluiu sua apresentação homenageando Vanessa da Mata e o tempo chuvoso de Garanhuns com a música “Ai, ai, ai”.
Ponto alto da comoção dos presentes na festa foi a subida ao palco de Priscila Senna, conhecida como pioneira no brega feminista em Pernambuco. A cantora olindense aproveitou a ocasião para cantar grandes sucessos de sua carreira e também retomar a nostalgia de grandes nomes do brega que fizeram parte da sua formação, apresentando o novo projeto “Bar da Priscila Senna”. "Eu fiquei bem nervosa quando cheguei porque é uma responsabilidade enorme participar de um evento desse tamanho e com esses nomes envolvidos, mas já estive aqui antes e sei bem como sou acolhida em Garanhuns. Já estavam pedindo demais para eu vir e eu já estava morrendo de saudade, ainda mais por ser um show tão incrível, em que eu dou realmente o melhor da minha música. Tenho sempre que agradecer a todos pela organização da festa”, destacou. “É uma honra poder representar o brega depois de tantas outras pessoas e bandas que vieram muitos anos antes de mim e tantas delas não tiveram o reconhecimento que mereciam. Procuro fazer o que eu amo, que é cantar o amor, o cotidiano das pessoas, as coisas que elas identificam e se emocionam.
Emocionando o público já por volta da meia-noite, Otto trouxe ao FIG o seu show ‘As 4 Estações’, em que interpreta clássicos de Reginaldo Rossi e testa a popularidade do Rei do Brega buscando atingir gerações mais jovens e renovando as faixas icônicas. O cantor trouxe ao palco em momento surpreendente um dos filhos do homenageado, Roberto Rossi, para juntos cantarem ‘Garçom’. Otto mencionou a importância da preservação da música de Reginaldo Rossi e a complexidade de sua obra. “Está completando 10 anos que o rei nos deixou e ninguém leva esse título à toa. Era um cara aberto, que gostava do povo e que, muito antes de todas essas questões atuais de políticas com relação ao feminino e questões de gênero, por exemplo, ele já tinha uma mente para frente, cantando a 'gaia' de forma respeitosa, com carinho pela mulher, querendo sempre ela de volta”, afirmou. “Ele não é só o brega; ele é rock, é jovem guarda e variedades da música, além de ter sido antenado com grandes sucessos internacionais.”