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MÚSICA

Cantora Ceumar apresenta show inédito no Teatro do Parque

Publicado em: 24/05/2023 11:15

 (Crédito: Juliana Rodrigues)
Crédito: Juliana Rodrigues
Espiral remete à imagem de uma curva contínua em afastamento ou aproximação de um ponto central e sugere distanciamento ou proximidade a partir do sentido imposto ao traço. Depende de quem vê. Comanda. Guia. O "Espiral" da cantora Ceumar se move na direção da vida, da ancestralidade e da passagem do tempo - e essa sinuosidade batiza e conduz o show apresentado, pela primeira vez no Recife, neste sábado (27), no Teatro do Parque.

“Acredito que o show vai ser emocionante, bonito. A gente está com muita vontade de cantar aí, para celebrar todas essas parcerias que eu tenho feito durante esses anos. Recife é especial neste sentido porque produz uma música muito boa. Os artistas são inúmeros e incríveis. Pra gente, é um presente mesmo”, diz a cantora ao Diario.

O espetáculo "Espiral" toma emprestado o nome do álbum mais recente da pujante carreira de 25 anos - desde o elogiado disco Dindinha, produzido por Zeca Baleiro, em 1999 - e metaforiza o movimento de expansão quase biográfico da trajetória de versões da cantora, em novos e antigos encontros, sem se desatrelar da origem musical. 

O show combina novas canções com um passeio pelo passado, como “O seu olhar”, inserida na trilha sonora da novela “Amor perfeito”, da Globo, e composta por Arnaldo Antunes e Paulo Tatit, “Dindinha”, Avesso (parceria com Alice Ruiz) e a inédita “Princesa porra nenhuma”, composta com a poeta Ezter Liu. Ceumar Divide a noite com Cesar Lacerda (voz, guitarra e flauta), Jota Erre (bateria), Fábio Sá (baixo e Esraj) e Fabio Pinczowski (teclado e programações), sob produção nacional de Guto Ruocco (Circus Produções) e local de Rafael Moura (Ampliar Produções). 

Em composições solo ou em parcerias diversas, a artista festeja as possibilidades múltiplas traçadas pelos tantos caminhos de sua obra. Em “Espiral”, a sua música se revela no encontro com Lauro Henriques Jr (parceiro de longa data e com quem Ceumar compôs “Descalço” e “Amanheceu”), nas composições inéditas de Sérgio Pererê (“Tô aqui”) e do pernambucano PC Silva (“Todas as vidas do mundo”), no encontro com Uxía (artista galega parceira de Ceumar em “Tres mazas”), além de participações como a de Nelson Ayres (arranjador de “O sal dos seus olhos”, composição solo de Ceumar), ou ainda Déa Trancoso e Cátia de França (companheiras de música da artista, a primeira recita um trecho do livro “Memórias póstumas de Brás Cuba”, de Machado de Assis, enquanto a segunda entoa versos de “Avatar”, composição de sua autoria).

Também na sonoridade, Ceumar arquitetou novos caminhos. “Espiral” traz em suas muitas camadas as sonoridades do mundo - de um mundo, acima de tudo, sem fronteiras. Forjado inicialmente pela artista ao lado do produtor Fabio Pinczowski e do diretor artístico César Lacerda, o disco ganhou a contribuição constante de Jota Erre e Fábio Sá, dando forma à banda base que conduziu as gravações, e que permitiu às canções trajetos incomuns. Da Islândia mística de Björk à África Tuareg e elétrica dos Tinariwen, da Minas Gerais psicodélica de Beto Guedes à Suécia folk da Stina Nordestan.

A trajetória de Ceumar se renova com novos nomes, como César Lacerda (diretor artístico do álbum, e também parceiro de Ceumar na canção-síntese “Espiral”), o pernambucano Juliano Holanda (parceiro em “Três irmãs”), Joana Queiroz, Livia Mattos (instrumentistas convidadas em “Tres mazas”), Josyara (responsável pelo violão de “Espiral de ilusão”, samba composto por Criolo, e que divide voz com Ceumar na mesma canção), os músicos da Orquestra Jovem Tom Jobim e ainda Tiê Coelho Todão (filho da artista, compositor de “Looking for a place”, canção na qual ele também toca violão e canta ao lado da mãe).

Espiral escorre como encontro entre a maturidade e a jovialidade das mais de duas décadas de carreira e os 50 anos de vida. Sintetiza esse distanciamento e aproximação constantes, a depender do referencial, sem perder de vista o tracejado contínuo do tempo e da arte, dos encontros e saltos da discografia e da vida da cantora e compositora, da intimidade ao exterior. Vale a pena se deixar envolver.


Perguntas para Ceumar (cantora)
 
Como é se apresentar no Recife?
Acredito que o show vai ser emocionante, bonito. A gente está com muita vontade de cantar aí, para celebrar todas essas parcerias que eu tenho feito durante esses anos. Recife é especial neste sentido porque produz uma música muito boa. Os artistas são inúmeros e incríveis. Pra gente, é um presente mesmo.

A musicalidade de Pernambuco influencia seu trabalho?
Essa relação começou a se estreitar a partir de Almério. Antes mesmo de gravar o primeiro álbum, ele já cantava uma música minha, chamada "Boca da Noite". E, depois, estive com ele em Caruaru e gravei no primeiro álbum dele também. Hoje, somos parceiros, temos uma canção. E, depois, Juliano [Holanda] também. Chegou até mim e convidou para cantar com ele no disco. Depois, PC Silva, Flaira Ferro, Riáh, de Caruaru, acabou de gravar duas canções minhas. A gente está estreitando esses laços por amar, por amor. A gente se adora, sou fã de todos, do Reverbo, projeto maravilhoso, admiro muito. Estou sempre ligada no que está acontecendo. é muita coisa, sem fim. é um presente conhecê-los e ter a sorte de ser parceira

É possível ou recomendado viver em “espiral”?
O disco “Espiral” teve um sentido de celebrar os 20 anos de carreira, em 2019, mas, com a pandemia, nós tivemos essa pausa, e as canções fazem até mais sentido pra mim, por tudo que refletem e revelam. Acredito que essa espiral está em movimento constante, da minha vida e da vida de todos. Ela permeia muitos universos mesmo, comum a todos, as reflexões do disco e das letras e dos momentos. Enfim, estou muito feliz por ainda fazer esse show e levá-lo até o Recife.

SERVIÇO
Show “Espiral”, de Ceumar
Quando: 27 de maio, às 21h30
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quanto: R$ 60 e R$ 30 (meia), à venda no Sympla
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