A subjetividade de uma palavra é suficiente para ressignificar uma frase. A partir do momento que há um novo narrador, é aberto um leque imenso de possibilidades. É por meio desse universo infinito que Ana Cañas absorve as letras inflamadas de Belchior e acrescenta sutileza em ‘Ana Cañas Canta Belchior’, apresentado nesta sexta-feira (14) no Teatro do Parque. O recifense Igor de Carvalho fará a abertura do show, às 18h30 que marca a estreia da temporada 2023 do projeto Seis e Meia. Ingressos a partir de R$ 60 no
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A cantora paulista celebra a discografia do cearense, falecido em 2017, com 14 canções - entre elas ‘Sujeito de Sorte’, ‘Coração Selvagem’ e ‘Como Nossos Pais’. A turnê é resultado - além da admiração pelo artista - de uma live despretensiosa, gravada em casa durante a pandemia, quando Cañas e equipe passavam por dificuldades financeiras. Em 2021, após o sucesso do show online, foi criado o álbum homônimo.
Com passagem no ano passado, é a segunda vez que a turnê aterrissa em Pernambuco. O Viver conversou com Ana Cañas para descobrir as motivações do show, o sentimento de interpretar canções de Belchior e mais.
Entrevista - Ana Cañas (cantora)
Quais foram as motivações para criar o show?
O show nasceu de uma live que fiz na sala de casa, na pandemia, para ajudar nossa equipe da estrada. Estávamos em uma situação de vulnerabilidade financeira muito grande, há meses sem exercermos nosso ofício nos palcos. Quando terminou a live, recebi milhares de mensagens pedindo pra gravar um disco com a obra do Belchior. Gravamos e quando foi possível - por causa da pandemia, saímos em turnê.
Como é a experiência de fazer o mesmo show em live e depois com o público presente?
É completamente diferente... Por mais que as pessoas comentem no YouTube, não tem o mesmo calor do público, do aplauso... não consigo sentir a reação imediata da platéia emocionada. Fazer o show com o público presente é o que dá sentido a tudo o trabalho que veio antes. E se for o público do Nordeste, isso é mais forte ainda. Nordestino é um povo que não tem medo do afeto, são sempre shows que me transformam.
O que significa pra você representar a voz feminina nas letras de Belchior?
Sinto que uma mulher pode abrir novas dimensões de leitura em sua poesia, o que é muito interessante - e o eu-lírico dele permite isso. Fico muito honrada por poder levar essas canções e interpretações para todos os cantos do Brasil.
Como você trabalhou a sua identidade na interpretação das músicas?
O desafio maior, pra mim, é alinhar uma verdade do espírito quando se interpreta canções desse quilate. Há que se colocar verdade e entrega absolutas. Ele exige isso, é muito intenso, profundo e visceral. A linha mestra foi essa, conexão com a entrega.
Gostaria que você fizesse um convite aos nossos leitores para o show!
Queridos do Recife, essa terra mágica! Espero vocês no teatro do parque ara cantarmos juntos essa obra incomparável que são as músicas do Belchior. Podem esperar minha entrega absoluta, estamos todos muito animados para esse show e espero ver todo mundo lá. Um beijo!
Serviço
"Ana Cañas Canta Belchior"
Quando: 14 de abril, 18h30
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Ingressos a partir de R$ 60 no
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