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FOLCLORE

'Cidade invisível': conheça os folclores por trás dos personagens da série

Publicado em: 23/03/2023 14:44

 (Foto: Alisson Louback/Netflix)
Foto: Alisson Louback/Netflix
Na literatura, na televisão e até mesmo em contos passados de geração a geração, o folclore brasileiro é muito rico e foi narrado ao longo dos anos de diversas maneiras. Os seres dessas histórias, cada um com seus mitos, englobam não só a vivência brasileira, mas também a natureza do país. Personagens como o Saci Pererê e Cuca, por exemplo, já foram retratados em várias obras com o Sítio do pica-pau amarelo, de Monteiro Lobato, e receberam, agora, uma 'repaginada' na série brasileira Cidade invisível, da Netflix, que narra como esses seres vivem entre os humanos. 

Neste tema, o Correio conversou com Leo Lousada — graduado em ciências da religião e apresentador do canal Conhecimentos da Humanidade — para relembrar as histórias e mitologias por trás de alguns personagens da série e especular quais outras mitologias podem ser apresentadas nela. A produção estreou a segunda temporada nesta semana. 

Sobre o folclore brasileiro, Leo lembra que ele existe desde os povos originários e que após a chegada dos portugueses e que muitos acabaram se transformando ao longo do tempo justamente por essa influência.

O especialista explica também que as adaptações recentes desses mitos ajudam a tornar essas histórias mais acessíveis para as novas gerações. "Eles aprendem na escola, mas não tem contato com o folclore dessa forma", destaca.

Conheça a mitologia de alguns dos personagens que aparecem na série

Cuca

Conhecida como sequestradora de crianças, a Cuca é uma espécie de bruxa em formato de jacaré. Para Leo, ela representa uma união entre o mito da bruxa europeia, narrada em contos antigos como os dos irmãos Green, com o jacaré, um animal muito comum no Brasil. Ela é usada pelos pais como uma maneira de ameaçar crianças que não se comportam, vide a música popular: "Nana neném, que a Cuca vem pegar".

Iara

Um dos folclores mais conhecidos do Brasil, o mito da Iara vem da mitologia indígena, segundo Leo. Assim como muitas, a mitologia da Iara foi criada a partir de história dos indígenas que vivem próximos ao Rio Amazonas e narra essa indígena dos olhos amendoados ou verdes, dependendo da versão, que é uma sereia do rio e atrai homens com seus encantos para morrerem afogados no rio. 

Curupira

O Curupira também é um personagem muito ligado à natureza brasileira. Entidade das matas e protetor da flora e da floresta, ele é conhecido por ter o cabelo de fogo e os pés virados para trás para confundir caçadores. Ele é uma entidade contra os caçadores e contra aqueles que abusam da floresta, além de pregar peças neles, algumas inclusive mais pesadas de sumiço do caçador, em algumas versões.

Boto-cor-de-rosa

O Boto-cor-de-rosa é também uma mitologia ligada aos povos indígenas da região do Amazonas e conta a história de um boto que se transforma em homem para frequentar a cidade, seduz mulheres e tem uma noite de amor com elas em que elas engravidam dele. "É um folclore muito interessante porque as meninas apareciam grávidas nesses locais e diziam que tinha sido o boto", conta Leo. Ele explica ainda que uma característica marcante do boto é que sempre que ele está em sua forma humana, usa um chapéu, porque quando se transforma, o buraquinho em cima da cabeça por onde o boto respira continua sempre aparente.

Saci 

Leo considera que o Saci é um dos folclores mais conhecidos do Brasil. Com características marcantes como o cachimbo, o chapéu vermelho e apenas uma perna, o Saci é tem como poder os ventos, se tornando um tornado e sempre quer pregar peças. "Está sempre alegre, com a sua risada, fumando seu cachimbo", explica.

Ele ressalta ainda que existe uma cidade no interior de São Paulo, como Botucatu, que existe uma brincadeira que alguns lugares da região tem criação de Saci e uma cidade dos sacis.

Tutu Marambá

Não tão conhecido, o Tutu Marambá é um monstro, muitas vezes associado ao bicho-papão, que ficava a espreita de crianças que não dormiram para as devorar as crianças. 

Novos folclores abordados na série
A série já abordou alguns dos vários folclores do Brasil, no entanto, ainda há espaço para que outros façam presença na série, segundo Leo. "Acho que é um personagem que encaixaria muito bem na série seria o boitatá, porque ele é uma serpente de fogo e protege os campos, as matas dos incêndios criminosos", pontua. 

Na segunda temporada da série, que estreou na quarta-feira (22/3), alguns folclores mais regionais e mundiais serão incrementados na série. 

Matinta Perê 

Do folclore da região Norte do Brasil, a Matinta Perê é uma bruxa que assombra uma região durante a noite quando se torna um pássaro que pousa no telhado de casas e enfurece moradores com seu assobio para conseguir algo em troca. 

Mula Sem Cabeça

No folclore mais popular, a mula sem cabeça é uma mulher que teve um interesse romântico por um padre e é amaldiçoada por causa disso, se transformando em uma mula que não tem uma cabeça e no lugar da cabeça tem chamas. Em algumas versões da história, ela fica transformada para sempre e em outras ela só se transforma à noite. 

Boiuna

Mito amazônico, o Boiuna é uma cobra grande e escura capaz de afundar embarcações, além de ser capaz de imitar a forma dos navios, afim de atrair náufragos para o fundo do rio. 

Lobisomem

Mitologia disseminada em todo mundo, a lenda narra a história de um homem que se transforma em lobo.

Zaori

Folclore mais conhecido no Sul do Brasil, os Zaoris são homens que nasceram na Sexta-Feira Santa e, por isso, tem a capacidade de enxergar as riquezas da terra, como ouro, diamantes e outras pedras preciosas. 
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