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LOLLAPALOOZA

Brisa Flow será a 1ª artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil

 (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram
História será feita nos palcos do Lollapalooza Brasil nesta sexta-feira. Com um show montado exclusivamente para a ocasião, Brisa Flow será a primeira mulher indígena originária marrona a cantar no festival. Em um dos maiores festivais do país, a artista promete unir o rap — ritmo responsável pelos primeiros passos da cantora no mundo musical — aos cantos ancestrais, jazz, eletrônico e o neo-soul, em uma performance que será espelho de suas raízes chilenas, brasileiras e indígenas.

Nascida em Minas Gerais, Brisa de la Cordillera, nome de batismo da rapper, cresceu em um lugar sem modelos de mulheres como ela. "As pessoas eram muito acolhedoras, porém, a falta de referência na escola e a xenofobia e racismo que atravessavam o meu corpo e os da minha família sempre me marcaram, desde nova", relembra a cantora, que, por muitas vezes, se abrigou, muitas vezes, nas referências que tinha dentro de casa. É por motivos como esse que os objetivos de Brisa em shows como os do Lollapalooza vão mais adiante: "Eu quero construir uma carreira que inspire pessoas assim como eu fui inspirada por outras pessoas. É um trabalho que não é sempre voltado só para os números".

Para além da vitrine comercial, a identificação gerada nos shows é a grande recompensa da cantora. "Às vezes eu acabo um show e tem uma pessoa de Manaus que mora em São Paulo e vem me cumprimentar, uma pessoa do Pará ou uma filha de bolivianos que mora em Campinas e nasceu brasileira. É muito mágico, porque essas pessoas existem e muitas vezes elas estavam ali, quietinhas, sem se acharem bonitas, sem se acharem inteligentes, porque o racismo vai cortando essas pessoas com a xenofobia, com o discurso que elas estão aqui para roubar emprego, que elas não pertencem a nada", relata.

Na sexta-feira, a representatividade da apresentação se estenderá por toda banda que acompanha Brisa: o grupo é formado, em grande parte, por mulheres, cisgêneras e transgêneras, além de um músico negro e um indígena. "O Lolla está fazendo algo que outros festivais não fizeram e precisam fazer, que é dar espaço para pessoas que estão trabalhando em busca da excelência, fazendo shows autênticos como eu", opina. "Para pessoas como eu, é necessário arrombar as portas e mostrar excelência sempre", define.
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