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ARTE

30 anos da arte de Aluízio Câmara

Publicado em: 18/03/2023 14:33

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
O êxtase do povo, representado em plena catarse carnavalesca, remete aos primeiros trabalhos do pernambucano Aluízio Câmara que completam 30 anos em 2023. Artista, Museólogo, Historiador e Mestre em Estética, Aluízio orbita o mundo da arte desde que foi cativado em 1981 no ateliê de Euclides Francisco Amaral, o Bajado, na Rua do Amparo. Entre criação pessoal, curadorias de exposições, projetos museológicos e museográficos, sua arte se manifesta como uma paleta de cores diversa e infinita, com diversas possibilidades. 

Aluízio constituiu seu primeiro ateliê no bairro do Poço da Panela, em 1993, no mesmo ano em que vendeu o primeiro quadro. Com raízes carnavalescas desde jovem, ele retratou o bloco ‘Eu acho é pouco’ na Rua 13 de Maio, em Olinda. Paralelamente às aulas de Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), passou a se dedicar à arte e aos trabalhos em museus e galerias do Recife, onde coordenou o Departamento de Artes Plásticas da Fundação de Cultura da Cidade do Recife entre 1997 e 2000, antes de assumir a Coordenação do Observatório Cultural Malakoff.

Para se tornar o profissional de hoje, ele ressalta que é resultado de uma equação de todas essas experiências - com ênfase nas aulas ministradas pela professora Maria de Jesus no curso de Arquitetura, que destacava a necessidade de observar as coisas ‘até dar calo nos olhos’. “Quando atuei diretamente na administração e exposições do Mamam, as relações estreitas que criei com as principais instituições museais e culturais do país, além das colaborações internacionais, me fizeram ver muito além, conhecer por dentro muita coisa. A convivência com artistas do Recife, os trabalhos que desenvolvemos juntos, tudo isso foi fundamental no meu percurso”, contou à reportagem do Viver.

Na busca de relatar suas experiências estéticas e vivências urbanas, Aluízio realizou uma das obras mais importantes da carreira. ‘Vilas Humanas, Seres Urbanos’ ilustra a efervescência urbana do Centro do Recife, em desenhos a carvão sobre papel e pinturas que se transformaram em álbum serigráfico. “A partir dela experimentei pela primeira vez a serigrafia e fiz um álbum que vendeu duas edições. As bicicletas fazem parte de meu ativismo cidadão. Sou um usuário das magrelas e gosto de pensar nelas floridas, enquanto naturezas vivas.” Ele também destaca ‘Os Cinco Irmãos’, um quadro autobiográfico pintado a partir do carvão com Oscar Uchoa: “É minha pedra fundamental. Quanto mais me afasto dele, mais pareço pedir pra ele voltar”, apontou.

Aluízio deixou o Recife para estudar desenho e pintura na Escola de Belas Artes em Toulouse, na França. Ele pretende passar os dois próximos anos desenvolvendo um projeto artístico intitulado ‘Pelas Ruas que Andei’ e, só depois, retornar ao ateliê localizado na Rua do Cupim, no bairro das Graças. Mais recentemente, o artista criou a exposição ‘Na Mistura Colorida da Massa’, onde resgata o trecho do frevo de J. Michiles, cantado por Alceu Valença, para retratar a identidade cromática diversificada do carnaval pernambucano. 

“A vinda para Toulouse me permitiu uma oportunidade única: parar e refletir sobre o meu trabalho, pensar em todo o processo e em como quero me reposicionar. Vejo essa exposição como um reflexo dessa evolução, a partir de um primitivismo, que me é muito caro, rumo a um trabalho que me parece mais sedutor, inteligível, com um resultado mais amadurecido”, explicou o pintor.

Aluízio adianta que os novos projetos vão surgir ainda neste ano em celebração ao trigésimo ano de estrada nas artes. “Esse ano completo 30 anos desde a minha primeira tela e de meu primeiro ateliê no Poço da Panela. Quero, com leveza, celebrar essa data, encontrando oportunidade para compartilhar expograficamente um pouco do que fiz até então, do que venho fazendo e, ainda, algumas coisas inéditas, que apontem mais precisamente para o futuro”.
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