Ex-Sargento britânico diz que Harry distorceu histórias em autobiografia

O ex-Sargento Major Michael Boole, um dos responsáveis pelo treinamento do Príncipe Harry nos dias de Exército do Reino Unido, alegou, em entrevista ao jornal britânico The Mirror, que as histórias contadas pela alteza real na autobiografia recém-lançada, intitulada O que sobra, estão “distorcidas” e que algumas situações relatadas foram “dramatizadas”.

Boole afirmou, sobre um relato descrito por Harry, que está “chocado. Em estado de choque mesmo”, com as palavras escritas pelo príncipe. Em uma parte da autobiografia, o filho do Rei Charles III descreve um treinamento de voo em que o ex-sargento teria agido de forma imprudente e sem aviso prévio. “Senti a asa esquerda afundar, uma sensação doentia de desordem e entropia e, então, depois de alguns segundos que pareceram décadas, ele recuperou a aeronave e nivelou as asas. Fiquei olhando para ele. 'Isso foi uma tentativa de suicídio?', perguntei. 'Não', ele disse gentilmente. Esta foi a próxima etapa do meu treinamento", alega.

Ao The Mirror, Boole garantiu que nada nos treinamentos acontecem sem um planejamento. “Acho que a referência às aulas de voo foi dramatizada”, opinou. "Embora o livro me elogie, a lembrança das incursões e lições é imprecisa, receio. É importante destacar que nada no cockpit é uma surpresa", explicou o ex-militar.

Para Boole, a responsabilidade pelas descrições imprecisas de alguns acontecimentos que Harry teria vivido dentro do Exército britânico não é somente do príncipe, mas também de John Joseph Moehringer, o escritor fantasma que o ajudou na elaboração da autobiografia. “Acho que é resultado do escritor fantasma. Nunca o chamei de tenente de Gales, ele era um oficial e o chamava de senhor", ressaltou.