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CINEMA

Visualmente miraculoso, 'Avatar: O Caminho da Água' recupera a contemplação da natureza de Pandora

Publicado em: 19/12/2022 10:43 | Atualizado em: 19/12/2022 10:56

 (O terceiro Avatar já está filmado, enquanto o quarto e o quinto estão em desenvolvimento. 20th Century Studios/Divulgação. )
O terceiro Avatar já está filmado, enquanto o quarto e o quinto estão em desenvolvimento. 20th Century Studios/Divulgação.
Ao longo de mais de uma década, James Cameron e seu time de gênios do 3D e da captura de movimento trabalharam intensamente para que a primeira sequência do clássico contemporâneo Avatar, de 2009, não apenas fizesse jus à expectativa criada pelos anos de espera, mas mostrasse avanços significativos o suficiente para ter a sua própria conquista visual. A pergunta que ecoa mundo afora é: o esforço valeu a pena? A resposta é que Avatar: O caminho da água tem uma beleza tão imersiva e poética que a sensação provocada logo nos primeiros minutos da projeção é de que a plateia nunca realmente saiu de Pandora - ou, ao menos, o planeta nunca saiu dela.

Este segundo filme de uma planejada pentalogia segue Jake Sully (Sam Worthington), o humano que teve sua consciência inteiramente transposta para seu corpo de Na’vi no filme anterior e agora vive como líder do povoado Omaticaya, após ter se casado com a nativa Neytiri (Zoe Saldaña), com quem cria quatro filhos. Apesar de os humanos terem sido expulsos de Pandora na rebelião comandada pelo protagonista, seu retorno ao planeta ocorre de maneira ainda mais ameaçadora, visto que as informações genéticas e as memórias do coronel Miles (Stephen Lang) e sua tropa de soldados foram salvas em seus respectivos Avatares. Para evitar trazer a guerra ao seu povo e proteger os filhos da vingança do coronel, Jake decide deixar a floresta e se muda com a família para viver com os Metkina, povo oceânico que lhes oferece esconderijo.

Uma vez que Avatar: O caminho da água mergulha no colossal universo marinho de Pandora, James Cameron toma todo o tempo necessário das três horas de duração para fazer o espectador não somente contemplar cada movimento desse universo aquático - e suas criaturas cheias de peso e textura -, mas viver e sentir o ecossistema como uma experiência assumidamente espiritual. Obcecado pela perfeição dos efeitos e pelo encantamento puro das imagens, além de profundo conhecedor dos oceanos, ele utiliza a tecnologia mais revolucionária da computação gráfica menos em função do apreço pela ciência e mais pela reconexão humana com a natureza. Não à toa, Pandora parece uma versão onírica da fauna e flora terrestre, numa constante lembrança do quão igualmente vasto e exuberante também é o nosso planeta.

Frequentemente criticada pela simplicidade do roteiro – e aqui não deve ser diferente –, a agora franquia Avatar tem se revelado uma ode à narrativa clássica, à união da família e à miudeza do homem diante do desconhecido. É na sua simplicidade que reside a sua inocência e também a sua força dramática. Nenhum cineasta vivo em Hollywood filma como Cameron e pouquíssimos entendem tão bem os apelos atemporais da jornada do aprendizado quanto ele. E é formidável atestar como, mesmo em plena hegemonia do cinismo nas produções da indústria, O caminho da água mantém precisamente todas essas virtudes – e abre um imenso leque de possibilidades para que Pandora, num futuro dessa vez mais próximo, deslumbre o público novamente.
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