Mural de Brennand é revitalizado em Boa Viagem

No dia que marca os três anos da morte do artista plástico Francisco Brennand (1927-2019), o mural que retrata a Batalha dos Guararapes e carrega a assinatura do ceramista será reinaugurado no Recife. A revitalização da peça, que faz parte da Coleção Santander, compreendeu um trabalho de restauração e realocação da obra que durou um ano.

Hoje, no fim de tarde, o novo cartão postal do Recife estará disponível para contemplação junto à agência Select do Banco Santander, localizada na Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem, na Zona Sul da cidade.

De acordo com Pérside Omena, restauradora, conservadora e diretora da Grifo Diagnóstico e Preservação de Bens Culturais, o mural tem 2,20 metros de altura e 32,11 metros de comprimento, e reverencia um dos momentos de maior orgulho da história de Pernambuco.

“A obra estava bastante deteriorada, exposta na Rua das Flores, no Centro do Recife. E como hoje o Centro da cidade está bastante degradado,infelizmente, o painel também. Ele não tinha nenhuma proteção e os camelôs penduravam cartazes, pregavam propaganda,e o pior é que as três últimas fileiras estavam quase desaparecidas por ação dos sais e da acidez causada pela urina. Essa deterioração iria continuar não fosse essa intervenção do Santander”, ressaltou Pérside, que revelou ter sido necessária a criação de um dispositivo especial para que as pedras fossem retiradas sem serem danificadas.

Para levar esse conhecimento a quem visitar o painel, foi instalada uma linha do tempo que destaca momentos importantes da vida de Francisco Brennand, além de um QR Code na fachada da agência que permitirá ao público acessar mais informações sobre o processo de confecção da obra, que remonta à batalha que resultou na expulsão dos holandeses de Pernambuco.

O processo de restauro e transferência do mural do Centro do Recife, onde estava instalado, para Boa Viagem contou com 18 profissionais especializados neste tipo de trabalho. Durante 12 meses, essa equipe identificou possíveis danos no mural pela exposição do decorrer dos anos, fez a remoção das 729 pedras de cerâmica que compõem a obra e restaurou cada uma delas.