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CINEMA

Documentário sobre impedimento de partos em Fernando de Noronha tem sessão no Recife

Publicado em: 07/12/2022 15:11

 (Crédito: Divulgação)
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A falta de autonomia das mulheres sobre o próprio corpo durante a gestação e a dificuldade de fazer valer suas escolhas para o parto é o tema do documentário "Proibido Nascer no Paraíso", que será exibido nesta quinta-feira (8), no Cinema do Porto, no Cais do Apolo. A sessão será às 18h30, com entrada franca. Em seguida, acontece um debate entre Edleuza Santos, moradora da ilha que auxiliou nas filmagens e foi homenageada como a "mãe de todas as mães" de Noronha no filme por sua dedicação às grávidas locais; Ione Leão, mãe de Melanie e Layla, uma das gestantes que participou do documentário; e a diretora do filme, Joana Nin. A personagem "Babalu" vai fazer uma participação especial no debate de forma virtual, direto de Fernando de Noronha.

O filme acompanha as angústias e os desafios de Harlene, Ione e Babalu, três grávidas que moram em Fernando de Noronha/PE, um dos principais pontos turísticos brasileiros. Elas são forçadas a se afastar de casa, do trabalho e da família 12 semanas antes da data prevista para o parto e esperar pelo nascimento na capital, Recife/PE. Os médicos que acompanham o pré-natal na ilha atendem a uma determinação da administração, gerenciada pelo Governo do Estado de Pernambuco. Desde 2004, o único hospital local deixou de atender partos. O São Lucas é uma unidade 100% SUS que teve a sala de parto desativada e também não dispõe mais de um centro cirúrgico, e nem de anestesistas de plantão, embora seja oficialmente uma unidade de média complexidade. 

Todas as gestantes são encaminhadas ao continente, nem mesmo as nativas podem ficar. A partir da realidade de Babalu e de outras duas gestantes, Harlene e Ione, o filme propõe um debate sobre o direito da mulher sobre o próprio corpo e sobre a violência obstétrica. A produção é da Sambaqui Cultural, produtora que atua em Curitiba e no Rio de Janeiro.
 
 (Crédito: Divulgação)
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"Depois de pesquisar a situação durante alguns anos, entendi a dificuldade de montar um serviço de referência, uma maternidade na ilha. Mas nunca vou entender a opção do Estado de decidir pelas mulheres sobre algo que deveria levar em conta o desejo delas. Por que não fornecer informação e o melhor atendimento possível para aquelas que decidirem ficar? Fico me perguntando se a obsessão por forçá-las a sair não precarizou de alguma forma o hospital local, tamanho o medo que eles têm das mulheres locais desrespeitarem essa regra esdrúxula de as obrigar a se afastar de casa por longos meses para ter seus filhos", afirma a idealizadora do filme, Joana Nin.

O documentário ficou pronto quando as salas de cinema estavam fechadas, em restrição à Covid-19. Depois de atravessar a pandemia surfando na onda do mundo virtual, o filme chega às telas por meio de uma campanha de impacto. Nesta proposta inovadora de distribuição, o cinema é utilizado como ferramenta de transformação social a partir de um planejamento de comunicação estratégica. “A ideia dessa campanha é mobilizar uma rede de ativistas, de ONGs e pessoas ligadas à causa para que eles atraiam seus seguidores. E o que você dá em troca? Coloca o filme à disposição delas e oferece sessões gratuitas com debate”, explica a cineasta. O público mais engajado na causa acaba ajudando na divulgação do filme, principalmente nas redes sociais. O objetivo é que o documentário chegue ao maior número de pessoas possível e fomente o debate sobre o tema. 

Serviço:
Filme: Proibido Nascer no Paraíso
Data: 08/12 - quinta-feira - às 19h
Local: Cinema do Porto - Cinema da Fundação - Cais do Apolo, número 222 - 16° Andar
Entrada Franca
Duração do filme: 78 minutos
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