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Bike Anjo

Ciclistas tornam-se voluntários e ensinam a pedalar

Autônomo só se desloca de bike, pedala 60 km por dia e se tornou professor de bike

Publicado em: 19/08/2015 08:01 | Atualizado em: 19/08/2015 08:35

Ajudar a diminuir os engarrafamentos adotando a bicicleta para os trajetos diários não foi o suficiente para o autônomo Enio Paipa, 27. Desde 2009, ele só se desloca de bike. Percorre 60 km por dia, saindo do Janga, em Paulista, passando pela Boa Vista e indo até Casa Amarela, no Recife. Inquieto, decidiu ir além e repassar os conhecimentos adquiridos nas ruas. Ele é um dos 53 voluntários do Bike Anjo no Recife e ensina outras pessoas a pedalarem.

Neste Dia Nacional do Ciclista, a segunda reportagem da campanha Sou do bem no trânsito, que será publicada até 25 de setembro, destaca ações de usuários como Enio, que buscam melhorar a mobilidade da capital.

Em três anos de atuação como “professor de bike”, Enio perdeu as contas de quantas pessoas já formou no Recife. “A primeira pessoa que ensinei a pedalar foi uma mulher chamada Eugênia. Ela tinha 36 anos. Sofria com piadas quando dizia que queria aprender. Uma semana depois, participou de uma pedalada do Recife até Paulista. São histórias como essa que nos fazem continuar”, diz.

Os alunos se inscrevem no projeto através do site bikeanjo.org e recebem orientações online. No último domingo do mês, é ministrada uma aula prática ao ar livre. Enio estima que 720 aprendizes já participaram das lições desde o início do projeto em 2011.

Para ele, é fácil ser do bem no trânsito. “Basta respeitar os outros.” De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, ciclistas têm prioridade sobre os outros veículos. “Mas não temos só direitos”, pondera. A visão é compartilhada pelo cicloativista Guilherme Jordão, 31, coordenador da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (AMECiclo). “O trânsito é muito hostil com o ciclista. Muitas vezes, quem pedala pega a contramão e sobe em calçadas porque falta estrutura na cidade. Ainda assim, o respeito ao pedestre é indiscutível.”

Na avaliação do professor de engenharia mecânica da UFPE Fábio Magnani - que ministra disciplinas sobre bicicletas e motocicletas e orienta pesquisas em mobilidade -, o fato de um motorista adotar a bicicleta já faz dele uma pessoa “do bem” no trânsito. “É perigoso andar de bike. Quem faz isso pensa no coletivo. O dever do ciclista é escolher políticos que invistam em melhorias para eles e a mobilidade”, ressalta.
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