INCÊNDIO

Bombeiros avançam para apagar incêndio em tanques de petróleo em Cuba

Por: AFP

Publicado em: 09/08/2022 20:58

 (Foto: YAMIL LAGE / AFP
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Foto: YAMIL LAGE / AFP
Os bombeiros estão abrindo caminho, nesta terça-feira (9), para sufocar o incêndio em quatro tanques de uma base de armazenamento de petróleo em Cuba, que deixou um morto, 14 desaparecidos e afeta a capacidade da ilha para armazenar e fornecer combustível.

Embora ainda seja "um incêndio de grandes proporções", a situação nesta terça é "diferente" de ontem, disse Alexander Ávalos Jorge, funcionário do Corpo de Bombeiros de Cuba, em coletiva de imprensa,  enquanto seus homens avançam para aplicar a espuma que apagará o fogo.

Os quatro tanques estão "na mesma situação, com  estrutura colapsada, derretidos, com a superfície ainda em combustão", disse Ávalos.

O incêndio começou na sexta-feira quando um raio atingiu um dos oito tanques, com capacidade para 50 milhões de litros de combustível cada um, situados na base de Matanzas, uma cidade a 100 km de Havana. 

Até ontem, a bateria de quatro tanques desta base "estava envolta em chamas", indicou Ávalos, depois que três tanques colapsaram, derramando o combustível que continham. 

- 'Mais um problema' -
Quatro helicópteros militares equipados com recipientes de 2.500 litros lançaram hoje água do mar na tentativa de abrir caminho até o local do acidente.

"Vamos avançando para ir mais fundo e poder chegar ao cenário principal" para "resgatar as vítimas que estão no local", disse Ávalos.

Os bombeiros também protegem a outra bateria de quatro depósitos iguais, a apenas de 150 metros de distância. 

A base de armazenamento, construída na década de 1980 e situada no cinturão industrial de Matanzas, é uma infraestrutura "crucial do sistema logístico de Cuba", segundo Jorge Piñón, especialista cubano em política energética na Universidade do Texas.

Com cinco plataformas para atracar barcos de até 180.000 toneladas e 20 metros de calado, esta base recebe as importações de pertóleo e a produção nacional de cerca de 40.000 barris diários.

"A pergunta que todos nós temos que fazer é se isto é suficiente para interromper o fornecimento de combustível às termoelétricas", no momento em que Cuba vivencia sérios problemas para gerar eletricidade e "isso traz mais um problema", disse Piñón à AFP. 

Desde maio, as autoridades realizam diariamente cortes no fornecimento de energia em todo o país. Esses apagões, que irritan cada vez mais a população em horários de pico, se devem aos problemas e às manutenções constantes nas termoelétricas do país.

"O problema com as termoelétricas não tem sido a falta de combustível, mas o fato de que são muito velhas e têm problemas de manutenção. Agora, além disso, terão falta de combustível", indica Piñón, estimando que "a situação é grave".

"Ao perder Matanzas, eles perdem a capacidade de abastecer as termoelétricas". A possibilidade de armazenar "1,2 milhão de barris foi perdida ali, é onde está o problema", lamenta o acadêmico.  

Um bombeiro de 60 anos faleceu pelo acidente e 14 pessoas continuam desaparecidas. As autoridades informaram na segunda-feira que, entre os 22 feridos que seguem hospitalizados, há duas pessoas que inicialmente haviam sido incluídas entre as não localizadas.

Dos 125 feridos que foram atendidos nos hospitais de Matanzas e Havana, 103 receberam alta.

- 'Sobram as especulações' -
Para apoiar os trabalhos chegaram a Cuba 13 voos do México e quatro da Venezuela, com técnicos, bombeiros, equipamentos e substâncias para controlar o incêndio. 

Neste terça, chegou à baía de Matanzas um navio de apoio logístico da marinha mexicana com um helicóptero em seu convés. 

O país vizinho enviou quase 45.000 litros de espuma retardante, 171 rolos de mangueiras, 10 helibaldes, repelentes, duas bombas de aspersão de espuma e 300 quilos de medicamentos. 

Os Estados Unidos também ofereceram assessoria técnica, informou no Twitter o vice-ministro de Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossio, ao garantir que há comunicação frequente entre os dois governos para falar sobre o tema.

"O governo dos EUA ofereceu condolências desde o sábado, 6 de agosto, ao meio-dia, através do Departamento de Estado", informou em um tweet Fernández de Cossio.

Além disso, "ofereceu assessoria técnica, ao que também agradecemos e aceitamos. Há comunicação frequente entre ambos os governos. Sobram as especulações", pontuou o vice-ministro, respondendo às queixas nas redes de que o governo cubano não aceita ajuda de Washington.

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