Compras

Intenção de consumo cai 14% no estado em maio

Publicado em: 28/05/2020 19:23 | Atualizado em: 28/05/2020 19:53

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Pernambuco teve queda de 14,2% em maio em comparação com abril, o maior recuo da série histórica iniciada em 2010. O movimento é um reflexo da maior restrição de renda neste momento de pandemia, seja pela queda no faturamento dos negócios, com o fechamento do comércio, pela redução da jornada de trabalho, demissões e falta de fluxo para que informais continuem vendendo. A atmosfera mais conservadora também impactou aqueles que não foram tão afetados pela conjuntura, que direciona as compras basicamente de forma exclusiva para os bens essenciais.

O desempenho negativo dá continuidade a um sequência de queda na avaliação das famílias pernambucanas sobre o nível de consumo. O número atingiu 71,6 pontos, o menor patamar desde dezembro de 2017, quando a avaliação foi de 71,5 pontos. O resultado também se encontra na zona negativa, abaixo dos 100 pontos. Por classe de renda, houve queda tanto entre os que possuem renda abaixo de 10 salários como o que tem renda acima. No primeiro grupo, o desempenho ficou na zona negativa, com 68,9 pontos. Já no segundo grupo, foi registrada uma queda de 12%, porém o resultado continua na zona positiva, com 101 pontos.

Os desdobramentos no mercado de trabalho refletem no poder de consumo dos pernambucanos. "Há um nível maior de demissão para os trabalhadores formais, além de uma contratação menor, por outro lado. Para os informais, muitas pessoas não estão conseguindo trabalhar porque o comércio, shoppings, escolas estão fechados e não existe fluxo de clientes", afirma Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE.

No ICF, as maiores quedas na variação mensal, quando analisados os indicadores, foram em relação à perspectiva profissional, que reflete uma insegurança em relação aos que continuam empregados e uma expectativa de maior dificuldade para retornar ao mercado de trabalho, e o momento para duráveis, que reflete um consumo mais conservador. Os demais indicadores, como emprego atual, renda atual, compra a prazo, nível de consumo atual e perspectivas de consumo, também tiveram recuos.

Para junho, a expectativa é que a intenção de compras seja igual ou menor do que em maio, já que existe uma perspectiva de continuidade das medidas de isolamento e restrição do setor produtivo. O ICF é um indicador que serve para medir a avaliação que os consumidores no estado fazem sobre a condição de consumo, como a capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro.
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