Solidariedade

Santa Casa de Misericórdia do Recife cede imóvel ao projeto Marmita Solidária

Publicado em: 07/04/2020 15:59 | Atualizado em: 07/04/2020 16:32

 (Foto: Paulo Paiva/DP)
Foto: Paulo Paiva/DP
Em Pernambuco, uma iniciativa tem mobilizado dezenas de organizações e voluntários para preparar e distribuir, diariamente, refeições e cestas básicas à população em situação de rua, que se encontra ainda mais vulnerável neste período de combate do coronavírus. A Santa Casa de Misericórdia do Recife decidiu ajudar o projeto Marmita Solidária cedendo um imóvel, que servirá como ponto de armazenamento e distribuição dos alimentos.

O prédio fica no bairro de Santo Antônio, vizinho à loja Armazém do Campo, onde ocorre a ação – organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Arquidiocese de Olinda e Recife (AOR), a Frente Brasil Popular e o coletivo Unificados Pela População em Situação de Rua.

Inaugurado há menos de um ano, o Armazém do Campo comercializa produtos orgânicos, cultivados em hortas de trabalhadores da agricultura familiar de todo o estado. O espaço, que também é palco de eventos culturais, agora virou uma espécie de cozinha solidária, que trabalha sem parar em benefício das centenas de pessoas desabrigadas da região. Todo o processo segue rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias.

Segundo os organizadores, todos os dias, são distribuídas mais de 1 mil marmitas, no café da manhã e no jantar. E a expectativa é aumentar esse número para 1,6 mil unidades, já que a ação vem ganhando força. Além do bairro de Santo Antônio, o grupo pretende ampliar para outros pontos críticos no Recife, como o Parque Treze de Maio e a Praça Maciel Pinheiro, e em Olinda, como a Praça do Carmo.

O prédio histórico da Santa Casa, com aproximadamente 400 metros quadrados, chega para ampliar essa capacidade. “Além da cozinha, também estamos confeccionando cestas básicas e a nossa loja já não comporta mais a quantidade de doações que estão chegando”, conta o coordenador geral da ação Marmita Solidária, Paulo Mansan.

Segundo ele, os alimentos vêm de contribuições de agricultores familiares, mas, sobretudo, de empresas e doadores parceiros. “A chegada do coronavírus fez com que muitos grupos voluntários parassem de atuar naquela área, por medo de sair às ruas. O nosso trabalho está sendo importante e vem crescendo consideravelmente, por isso precisamos sensibilizar cada vez mais pessoas dispostas a ajudar, até o fim da pandemia”, completa Mansan.

O superintendente geral da Santa Casa Recife, Amaro Lins, comemora a parceria e lembra que a iniciativa está em consonância com a Campanha da Fraternidade deste ano, que se inspira na figura da Santa Dulce dos Pobres. “Nós, na Santa Casa, estamos permanentemente comprometidos com o que diz o lema da Campanha: Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, afirmou.

Para Amaro, neste momento de crise, em que a humanidade está diante de um desafio, é fundamental voltarmos a atenção aos que mais precisam. “É um orgulho participarmos desse grande projeto, que envolve tantas organizações com o mesmo ideal de servir ao próximo. Através da disponibilização deste imóvel, esperamos acomodar melhor os voluntários, as doações e contribuir para amenizar o sofrimento das pessoas em situação de rua”, conclui Amaro.

Como ajudar

Quem quiser colaborar com a iniciativa, pode ajudar sem sair de casa, realizando transferência bancária para a conta da Associação da Juventude Camponesa Nordestina Terra Livre: Banco do Brasil – Agência: 0697-1, Recife, conta corrente 58892-x. O CNPJ da associação é o 09.423.270/0001-80. Alimentos e produtos também podem ser entregues na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na Estreita do Rosário, S/N, bairro de Santo Antônio, área central do Recife. O ponto de coleta de doação funciona de segunda a sexta, das 10h às 14h.

A ação também precisa de voluntários. Os interessados podem conseguir mais informações entrando em contato com Paulo Mansan, pelo telefone (81) 99855-3121 ou pelas contas no Instagram @armazemdocamporecife e @unificadospsr.
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