Ruínas do Senado

Em Olinda, monumento histórico é entregue após limpeza e consolidação de estrutura

Publicado em: 18/02/2020 15:06

 (Foto: Leandro de Santana/esp.DP)
Foto: Leandro de Santana/esp.DP
A estrutura conhecida como Ruínas do Senado, na Ribeira, na Rua Bernardo Vieira de Melo, no Sítio Histórico de Olinda, foi entregue, na manhã desta terça-feira (18),  à população após uma obra de limpeza e consolidação da estrutura. O serviço custou R$ 30 mil e foi realizado ao longo de três meses pelo Estúdio Sarasá, contratado pela Prefeitura de Olinda.
 
No local onde estão as ruínas foi dado o primeiro Grito de Independência das Américas, 70 anos antes da Revolução Francesa e 60 antes da dos Estados Unidos. Algumas pedras das ruínas foram repostas depois de localizadas com comerciantes do Mercado da Ribeira e moradores da rua.
 
Outra novidade anunciada, nesta manhã, para o patrimônio da cidade é a assinatura da Ordem de Serviço para o início das obras de reforma da Igreja de São Pedro, no próximo dia 12 de março, dia de aniversário da cidade. O espaço está fechado há cinco anos.
 
A arquiteta Magda Rosa explicou que duas histórias rondam as ruínas. Elas seriam realmente remanescentes do Senado ou são um monumento construído para representar o local onde existiu o Senado. Em uma espécie de placa na frente do monumento está escrito “Em 10 de novembro de 1970, Bernardo Vieira de Melo deu o 1º grito em favor da fundação da República.” “Informações do arquivo público apontam que a segunda hipótese, de ser monumento, é mais real”, destacou. Segundo ela, isso não tira o simbolismo do espaço.
 
Das ruínas, foram retiradas muitas raízes, pois há três anos havia uma árvore próxima. Nos espaços vazios, foi colocado biocida, para evitar vegetação nas ruínas, além de argamassa tradicional. “Também resgatamos algumas pedras que faltavam. Algumas delas estavam com Coquito, um comerciante do Mercado da Ribeira que costumava guardá-las pensando em uma possível reforma do monumento. Muitas pessoas costumavam pegar as pedras para fazer esculturas”, explicou Magda.
 
Na parte de trás das ruínas, que ficam em um prédio da Compesa, foi feita uma intervenção com um pilar de concreto para evitar a queda do monumento. “Passamos duas semanas lavando a estrutura com água de cal para dar mais sustentação às pedras, que são porosas.” Ao todo, oito pessoas trabalharam na limpeza e consolidação das ruínas.
 
Segundo o secretário de Patrimônio, Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico, João Luiz, a obra foi financiada com recursos do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio. Onde hoje estão as ruínas, funcionava o Senado de Olinda, algo que hoje corresponderia à Câmara de Vereadores. Depois que foi fechado e o Poder Legislativo olindense foi transferido para outro bairro, onde está o prédio da Prefeitura Municipal, o imóvel ruiu e acabou desmoronando.

Reforma igreja - A Igreja de São pedro é a paróquia mais antiga da Arquidiocese de Olinda e Recife. A interdição aconteceu por questões de segurança estrutural. A obra está orçada em R$ 1,7 milhão, oriundo do PAC Cidades Históricas e liberado em julho do ano passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O valor será aplicado na recuperação do telhado, piso e sistemas elétricos e hidráulicos, além dos chamados bens integrados, como altar. A previsão é concluir os serviços em 10 meses.
 
Após a interdição, a maioria dos fiéis migrou para a Igreja do Carmo, que reabriu em 2012 após 17 anos em reformas. O templo foi erguido em 1590, nove décadas após a chegada dos portugueses ao Brasil, embora sua atual arquitetura seja do fim do século 18.
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