Começou!

Abertura do carnaval de Olinda: vai com chuva mesmo... e muito frevo no pé

Publicado em: 21/02/2020 01:00 | Atualizado em: 21/02/2020 06:58

 (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Foto: Bruna Costa/Esp. DP.
Nem mesmo a chuva apagou a vontade dos foliões de brincar a festa de Momo. A abertura do carnaval de Olinda, tradicionalmente na quinta-feira que antecede o Sábado de Zé Pereira, levou milhares de pessoas à Praça do Carmo, um dos principais polos de animação do Sítio Histórico da Cidade Alta. A festa começou às 18h30, com o cortejo do Homem da Meia-Noite em frente à sede da Prefeitura de Olinda. O calunga saiu de lá em direção ao Carmo, abrindo os festejos da cidade no palco do Carmo, por volta das 19h30. A principal atração da noite foi o cantor Alceu Valença, que subiu ao palco por volta da meia noite, encerrando o primeiro dia dos festejos e preparando os foliões para a maratona do carnaval até a Quarta-Feira de Cinzas. 

Antes do pernambucano Alceu Valença, esquentaram os foliões a banda A Cocada, que levou muito coco de roda e sambada de coco para a abertura da festa de Olinda. Em seguida, foi a vez da orquestra olindense do Grêmio Musical Henrique Dias, uma das mais tradicionais do Sítio Histórico, levar muito frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção. O público foi ao delírio quando o maestro Ivan do Espírito Santo convidou ao palco artistas da terra, como a cantora Karina Buhr, o vocalista da banda Eddie Fábio Trummer, a dançarina e cantora Flaira Ferro e o vocalista da banda Academia da Berlinda Urêa. 

Além do frevo, a apresentação de duas horas da Orquestra Grêmio Musical Henrique Dias ainda incluiu em seu repertório ritmos genuinamente pernambucanos como o coco e o maracatu. É sempre bom lembrar que a abertura do carnaval de Olinda prestigia todos os anos artistas locais e instituições que estudam e formam várias gerações de músicos frevistas na cidade, estimulando a profissionalização e a evolução do frevo, que tem se mantido com relevância dentro da produção musical brasileira contemporânea. A Orquestra Henrique Dias deu o tom que faltava para que os foliões colocassem de vez o frevo no pé para dançar e curtir a apresentação do cantor Marrom Brasileiro, um dos nomes necessários do carnaval pernambucano. 
 
"A expectativa são as melhores. No ano passado, foram 3,4 milhões de foliões. A gente espera bater a casa dos 4 milhões neste ano. Até porque o carnaval está muito mais divulgado. Estamos preparados para receber os foliões de Pernambuco e outros países", afirmou o prefeito de Olinda, Lupércio Nascimento.  O governador Paulo Câmara também esteve na abertura do Carnaval de Olinda. "O carnaval é um grande movimentador da economia, seja no turismo ou no comércio. Queremos fazer um carnaval de paz, que é uma tradição de Pernambuco. Nossa segurança está bem planejada, temos ações nas áreas de saúde também, tudo organizado para o povo brincar o melhor carnaval do Brasil", disse. 
 
A geóloga Bárbara Barreto, 35, é de Belo Horizonte. É a terceira vez seguida que vem a Pernambuco para o Carnaval de Olinda. "A energia do carnaval de Olinda é diferente da de Belo Horizonte. Como as pessoas se tratam, a cultura. La é muito de dia, não é igual aqui que tem dia e noite de carnaval durante os quatro dias. Fico hospedada em Olinda, sempre venho com um grupo de amigas. A chuva nos animou ainda mais", brincou Bárbara. 
 
A microempresária Viviane de Paula, 43, é olindense e sempre brinca carnaval. Todo ano traz amigos de fora pra brincar o Carnaval da cidade. Este ano, eu trouxe amigos de Belém do Pará. "Eu gosto daqui porque não precisamos de dinheiro para brincar. É um carnaval democrático. Fora que é multicultural". Perguntada se a chuva amedrontou, ela foi enfática: "é bom que alivia o calor". 
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