Festival

Comédia sobre Hitler vence Festival de Toronto e ruma para o Oscar

Por: AFP

Publicado em: 17/09/2019 09:48

Cena do longa-metragem Jojo rabbit, com o ator e diretor neozelandês Taika Waititi, a atriz Scarlett Johansson e o garoto Roman Griffin Davis, que interpreta o protagonista Jojo. Foto: Fox Searchlight / Divulgação
O longa Jojo rabbit, do diretor neozelandês Taika Waititi (Thor: Ragnarok), venceu o prêmio de público do Festival de Toronto, no último domingo. No ano passado, Green book: O guia, de Peter Farelly, foi o vencedor de Toronto e do Oscar de melhor filme, o que fez aumentar no mercado cinematográfico a percepção de que o Festival de Toronto é uma previsão confiável em relação à premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
 
Jojo rabbit se passa durante a Segunda Guerra Mundial e conta a história de um menino alemão que tem Adolf Hitler como amigo imaginário. Depois de ouvir algumas recusas ao convite para o papel de Hitler por parte de atores temerosos de associar sua imagem ao do líder nazista, Waititi decidiu assumir ele mesmo o personagem.
 
Considerado uma "sátira contra o ódio", o filme descreve como o jovem, membro da Juventude Hitlerista e aficionado dos uniformes nazistas e da queima de livros, descobre que sua mãe (Scarlett Johansson) está escondendo uma menina judia no sótão de casa.
A comédia derrotou o drama Marriage story, protagonizado por Johansson e Adam Driver, numa história sobre a dissolução de um casamento, e o ganhador da Palma de Ouro em Cannes, Parasite, do diretor sul-coreano Bong Joon-ho.
 
Os últimos sete vencedores em Toronto foram indicados a Melhor Filme no Oscar. Além de Green book, outros vencedores que iniciaram sua trajetória de sucesso vencendo o Festival de Toronto foram 12 anos de escravidão (2013), O discurso do rei (2010) e Quero ser um milionário (2008).
 
Se o público consagrou Jojo rabbit, a crítica se dividiu na avaliação do filme. A revista norte-americana The Hollywood Reporter classificou disse que a abordagem caricatural da Alemanha nazista "não se vê bem à medida que as coisas se aprofundam e avançam", enquanto a Variety qualificou o filme como uma "comédia nazista inconformista para se sentir bem”.
 
Quebrando a tradição dos anos anteriores, os prêmios de 2019 foram anunciados pela internet. Na segunda-feira (16) foi celebrada a primeira festa de gala beneficente da história do festival, na qual foram concedidos prêmios especiais à trajetória cinematográfica. Meryl Streep, que atualmente promove o thriller The laundromat, da Netflix, sobre os chamados Panamá Papers, foi premiada por sua trajetória como atriz.
 
Joaquin Phoenix, protagonista de Coringa, que fez sua estreia mundial no mesmo dia na mostra de Toronto, obteve o mesmo prêmio na categoria masculina. Taika Waititi recebeu o prêmio de melhor diretor, enquanto um novo prêmio que contempla os jovens talentos femininos foi para a cineasta francesa Mati Diop (Atlantics).
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.