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Notícia de Gastronomia
Comida Feijoadas de rua fazem sucesso no Recife Prato típico consumido desde a época da colonização no Brasil é servido em estabelecimentos informais aos sábados e domingos

Por: Katarina Bandeira

Publicado em: 03/06/2016 18:00 Atualizado em: 03/06/2016 17:49

Criada em 1999, na Rua Setúbal, em Boa Viagem, a Feijoada do Vovô Hortêncio foi uma das pioneiras a colocar o caldeirão na rua.
Criada em 1999, na Rua Setúbal, em Boa Viagem, a Feijoada do Vovô Hortêncio foi uma das pioneiras a colocar o caldeirão na rua.

Poucos pratos da culinária nacional têm a cara do brasileiro como uma boa feijoada. Composta de feijão preto, carnes e alguns legumes, a refeição vem muitas vezes acompanhada de farofa, arroz e até couve refogada. Consumida desde a época da colonização no Brasil e disseminada pelos escravos, a iguaria comum nas senzalas se tornou popular no século 19. Mais de 200 anos depois, ainda faz muito sucesso nas casas, nos restaurantes e nas esquinas recifenses.

Montados embaixo de toldos, com mesas e cadeiras de plástico, alguns estabelecimentos informais surgem apenas aos sábados e domingos para oferecer porções de saborosas feijoadas de rua. Apesar de serem ao ar livre e não dependerem de prédios para funcionar, os locais passam longe do improviso. Com panelas de aço inoxidável, utensílios para deixar a comida sempre quentinha e atentos às medidas de higiene necessárias para a manipulação dos alimentos, os donos conquistam clientes para consumo no local ou em casa.

Na Zona Norte do Recife, a feijoada Marurão, comandada por Lucivânia Santos e o marido, Júlio Santana, funciona há dois anos, na Praça do Rosarinho. "Quando fiquei desempregada, pensei que a forma mais rápida de conseguir manter a renda de casa era através de comida. Então, eu e meu marido resolvemos montar, aqui na praça mesmo, um espaço para vender feijoada e pratos com frutos do mar", conta a cozinheira, ex-bancária.

A feijoada Marurão, na Praça do Rosarinho, é comandada por Lucivânia Santos e o marido, Júlio Santana, há dois anos. Foto: Brenda Alcantara/DP
A feijoada Marurão, na Praça do Rosarinho, é comandada por Lucivânia Santos e o marido, Júlio Santana, há dois anos. Foto: Brenda Alcantara/DP

Lucivânia cozinha 12 tipos de refeições diferentes, como dobradinha, caldeirada e bobó de camarão, mas a estrela do cardápio é a feijoada, da qual são preparados quase 50 litros por dia. O prato vem bem servido, com linguiças, paio e bacon, além de porção de arroz, vinagrete e limão, por R$ 25 (meio quilo). "Eu costumava trazer uma couve cortada em tirinhas, mas, como o Sol é muito forte, acabava azedando", explica a empresária, que hoje conta com cinco funcionários para ajudar na distribuição. "Por causa do calor, muitos clientes preferem pegar a porção e ir para a casa, mas muitos ainda vêm comer aqui", diz. O toldo funciona das 10h às 17h.

Do outro lado da cidade, no bairro de Boa Viagem, outro ponto de feijoada de rua fica na Rua Carlos Pereira Falcão. Ali funciona, também aos fins de semana, o Caldinho do Papinha. O prato pode ser consumido à sombra das árvores, na calçada, ou levado para casa. O dono, Sandro José, toca o negócio junto com a noiva, Cátia Vilar. Juntos, eles servem um generoso pote de feijoada que acompanha arroz e farofa (R$ 35, um litro) e pode ser degustado com uma porção de torresmo (R$ 8). "A gente começou vendendo caldinho há três anos, mas os próprios clientes sentiam falta de mais comida. Por isso, fomos tentando a feijoada até acertar o tempero", conta ele.

O negócio deu tão certo que eles vendem 45 litros de feijoada no sábado e 70 litros no domingo, feitos em casa. [UTF-8?]“Eu passo cerca de 10 horas para cozinhar a feijoada, faço tudo um dia antes de vender. Tem dias que ela acaba bem [UTF-8?]cedoâ€, explica. O toldo é montado apenas aos sábados e domingos, das 10h às 16h, e conta com outras refeições em seu cardápio.

Pioneirismo
A Feijoada do Vovô Hortêncio foi uma das pioneiras a colocar o caldeirão na rua. Criada em 1999, na Rua Setúbal, 1603, em Boa Viagem, é servida por Hortêncio Almeida, dono que dá nome ao estabelecimento e toda a sua família. "Do jeito que está, não precisa mudar. Na época em que a gente começou, ninguém vendia feijoada como costumamos fazer. Depois vieram outras, mas a nossa continua. As pessoas vêm, passam a tarde, comem a feijoada e se divertem. Apesar da crise, estamos bem", comemora o proprietário. A refeição é acompanhada por arroz, farinha, couve e torresmo (R$ 48) e serve bem duas pessoas. A Feijoada do Vovô Hortêncio funciona aos sábados e domingos, das 9h às 15h.

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