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Notícia de Gastronomia
Especial Neste primeiro de abril confira os alimentos que parecem, mas não são realmente o que se imagina Iogurte que é queijo, cereja que é chuchu, cliente tem que tomar cuidado para não comprar gato por lebre

Por: Katarina Bandeira

Publicado em: 01/04/2016 14:37 Atualizado em: 01/04/2016 15:05

Kani de pescados e "chucureja" não alguns dos alimentos manipuados. Fotos: Julio Jacobina/DP e Cafe no Bule/Divulgacao
Kani de pescados e "chucureja" não alguns dos alimentos manipuados. Fotos: Julio Jacobina/DP e Cafe no Bule/Divulgacao

Já pensou descobrir que o iogurte que você compra no supermercado é na verdade queijo? Ou que aquela cereja linda colocada em cima da torta ou do sorvete é feita de chuchu? Parece brincadeira de primeiro de abril, mas não é. A indústria de alimentos camufla diversos produtos para que o custo saia mais barato na hora da comercialização. E o consumidor que não lê as letras miúdas nos rótulos acaba, muitas vezes, comprando gato por lebre sem saber.

Alguns produtos acreditados como iogurtes são, na realidade, petit suisse, ou seja, queijo francês fresco, não maturado. Itens como vitaminas, minerais e polpa de fruta estão na composição, e a consistência cremosa conduz a confusão.
O kani kama, carne de siri processada comprada em barrinhas congeladas, também não é exatamente o que parece. A verdadeira, além de cara, não é tão abundante. Para deixar o preço mais acessível e multiplicar a quantidade vendida nas prateleiras, a principal matéria-prima é substituída pelo surimi, massa feita de diferentes tipos de pescados, misturada com amido de trigo, açúcar, extrato de algas, clara de ovo, aromatizantes de caranguejo e lagosta, sal, vinho de arroz, entre outros ingredientes. A coloração vermelha necessária vem da Colchonilla, um corante avermelhado feito a partir de um inseto com mesmo nome e largamente utilizado para tingir alimentos e roupas.

Para baratear os custos de bolos e tortas, algumas padarias recorrem à “chuchureja”, apelido para uma cereja feita de chuchu. Como o legume não tem muito sabor, é possível manipulá-lo para obter o resultado desejado, transformando assim as cerejas do bolo em chuchurejas. Para descobrir se está comprando chuchu a preço da fruta - não muito barata -, basta ler o rótulo para descobrir os ingredientes ou checar se as bolinhas têm a concavidade onde ficava o caroço.

O menos inocente, porém mais bem aceito, de todos é o chocolate branco. Por não ser feito do cacau, o doce, a rigor, nem é considerado um chocolate. Apesar de ser derivado da fruta, ele é produzido com a manteiga de cacau, a gordura obtida das sementes, misturada a açúcar e leite. Outros sequer levam alguma característica da fruta, sendo produzidos apenas com óleos vegetais hidrogenados, transformando o doce em um alimento altamente saturado, ou seja, pouco saudável.

Chef Bruno Didier ensina salada que parece com espaguete. Foto: Nando Chiappetta/DP
Chef Bruno Didier ensina salada que parece com espaguete. Foto: Nando Chiappetta/DP

Ilusão gourmet

Na alta gastronomia, chefs do mundo todo brincam com cores e texturas para transformar pratos. Assim como na indústria alimentícia, comidas são criadas para lembrar outros produtos, e são muitas as formas para ludibriar o olhar e até mesmo o paladar do consumidor.

“Você pode fazer com que um pareça outro. O caju, por exemplo, pode imitar o peixe em um ceviche”, explica o chef Bruno Didier, dono do food truck La Caminhoneta e à frente do delivery de comida saudável Reduzz (telefone: 3447-4400). Algumas receitas dele são inspiradas na experiência obtida quando morava na Espanha e trabalhava no restaurante Mugaritz, onde o cliente geralmente era surpreendido com a manipulação de alimentos. Um dos pratos mais famosos do local era um carpaccio de melancia.

Salada thai de manga verde, pepino e camarão - por Bruno Didier

Ingredientes


1 manga bem verde
1 pepino
12 camarões
30 ml de vinagre de arroz
10 ml de shoyo
Suco e raspas de um limão inteiro
Óleo de gergelim tostado
Brotos de coentro e erva doce
Sal

Modo de preparo

Corte o pepino e a manga em tiras bem finas para imitar o macarrão, tempere com sal e deixe descansar por 20 minutos. Misture os demais ingredientes, exceto os brotos e os camarões, e reserve na geladeira por uma noite. No dia seguinte, separe o líquido da manga e do pepino e reserve os dois. Cozinhe o camarão no vapor e retire a casca. Finalize com a fruta e o pepino em um prato fundo, os camarões em cima e os brotos. Por fim, regue com o molho.

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