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Livro discorre o impacto do açúcar na tradição e cultura de Pernambuco

Publicado em: 09/09/2022 14:55 | Atualizado em: 09/09/2022 15:35

Produção de açúcar em Pernambuco refletia na arquitetura dos engenhos  (Crédito: Divulgação/José Luiz Mota Menezes)
Produção de açúcar em Pernambuco refletia na arquitetura dos engenhos (Crédito: Divulgação/José Luiz Mota Menezes)
O arquiteto Fernando Guerra mergulhou na história do açúcar no Nordeste ao escrever uma tese acadêmica para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Concluída a pesquisa, ele transformou em livro, prestes a ser lançado pela Cepe Editora no próximo sábado (10), às 10h, em evento gratuito no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico, no Centro do Recife. Açúcar: Riqueza e Arte em Pernambuco apresenta ao leitor os frutos da produção açucareira na arquitetura civil e religiosa, nos ritos, nas tradições e na religiosidade da população.

Com 164 páginas, o título remonta às grandes navegações empreendidas por Portugal no século 15, passa pelo surgimento das primeiras cidades no Brasil, quando o país era uma colônia lusitana, e se estende pelo século 19. “No período colonial, a arquitetura brasileira era uma cópia da arquitetura portuguesa. O modelo das edificações - igreja matriz, casa do administrador, casa de câmara e cadeia e a Santa Casa de Misericórdia - como se vê na Sé de Olinda, é português”, diz Fernando Guerra.

A riqueza e a arte resultantes do ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste, ressalta Fernando Guerra, professor na UFPE, são visíveis em igrejas e casarões de antigos engenhos de açúcar. Ele cita a Igreja dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu, na Região Metropolitana, construída no estilo arquitetônico maneirista - registrado no Brasil de 1530 a 1580. “O maneirismo é uma das primeiras manifestações de arte erudita trazidas para o país.”

De acordo com ele, Pernambuco e a Bahia foram os primeiros a receber influência do maneirismo nas edificações. O estilo “manifesta-se no Nordeste do Brasil ao constituir-se numa expressão artística de transição para o Barroco, destacando-se as cidades pernambucanas de Igarassu, de Olinda e do Recife; e Porto Seguro e Salvador, na Bahia. Um pouco mais tarde, se formariam núcleos no Rio de Janeiro e em São Paulo”, escreve Fernando Guerra, na publicação.

A arquitetura portuguesa traz para o Brasil os azulejos coloridos e azuis com fundo branco que ainda são vistos em fachadas e na área interna de edifícios religiosos em várias partes do país, diz o historiador. Ele também destaca cinco engenhos pernambucanos que chamavam a atenção pela produção de açúcar, pela beleza das edificações, pelos móveis e pelas obras de arte que possuíram ou ainda têm. Um deles é Monjope, que está definhando em Igarassu, no Grande Recife. “Foi um legítimo representante do período áureo do ciclo da cana-de-açúcar em Pernambuco. Cem escravos produziam uma média de dez mil arrobas de açúcar por safra, tornando-o um dos mais importantes do estado."
 
Serviço
O que: Lançamento do livro Açúcar: Riqueza e Arte em Pernambuco, aberto ao público
Quando: 10 de setembro
Local: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (Rua do Hospício, 130, Boa Vista, Centro do Recife)
Hora: 10h
Preço: R$ 35 (impresso) e R$ 14 (e-book)

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