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MÚSICA

Festival Yadolê reúne vozes das mulheres negras em festa cultural

Publicado em: 17/09/2022 09:27

 (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução
A voz das mulheres negras do Brasil e do mundo reverbera neste fim de semana em Brasília com o festival de música Yadolê. O evento, a ser realizado no Museu Nacional da República, conta com programação neste sábado (17) e domingo (18), sempre a partir das 19h. Mayra Andrade, Margareth Menezes e Teresa Lopes são os grandes destaques. A entrada é gratuita mediante retirada de ingresso on-line.

Ao total, 13 artistas, divididas entre DJs e cantoras, sobem ao palco do Yadolê. Em comum, todas são mulheres negras. Com tal recorte, o festival pretende abrir espaço e dar voz a elas em uma estrutura montada no coração de Brasília. Artistas brasilienses, como Indiana Nomma, Cris Pereira e as Irmãs Margaridas, se misturam a atrações como a rapper capixaba Afronta MC e à cantora mineira Bia Nogueira para dar um sabor do caldeirão musical brasileiro. Mais além, a cantora Mayra Andrade, a cabo-verdense Mayra Andrade atravessa o pacífico para se apresentar na capital brasileira pela primeira vez.

Criada no Cabo-Verde, país africano lusófono, Mayra rememora que o primeiro contato com a música foi por meio de canções brasileiras. A língua aproxima os dois países, mas há similaridades que vão além. No entanto, a artista fincou morada em vários locais, como Lisboa e Paris. "A minha vivência é muito rica nesse ponto de ter morado em vários lugares, absorvido culturas muito distintas", revela a cantora em entrevista ao Correio. "Moldou muito a minha forma de ver o mundo, de olhar para as coisas, olhar para as diferenças e me enriquecer a partir delas. Absorver tudo isso e traduzir isso em som, em música", completa.

Ainda que Mayra exalte o conceito do festival Yalodê, que visa empoderar as mulheres negras por meio da música, a cantora, no entanto, acredita que a própria existência de evento com tal recorte evidencie a falta de representatividade para elas: "A questão do protagonismo e da representatividade serem regra e não exceção vem nos lembrar como ainda temos problemas por resolver. Eu idealizo um mundo em que não sejam necessários festivais para mulheres negras porque teremos conquistado um lugar de fala equilibrado no mundo".

O primeiro show da artista em Brasília terá como base o álbum Manga, lançado em 2019, mas, para brindar a abertura, haverá espaço para surpresas no repertório. "Eu tenho preparado um momento de muita verdade, de autenticidade no palco para que as pessoas saiam de lá de coração cheio e com sentimentos diferentes, partilhados de um momento verdadeiro de música e de comunhão, de conexão", conclui.

Festival Yadolê
 
Sábado e domingo, sempre a partir das 19h, no Museu Nacional da República. Entrada gratuita mediante retiradas de ingressos no site www.sympla.com.br

Música na alma de Brasília

A Torre de TV de Brasília promove, neste sábado e domingo, sempre a partir das 16h, o festival Soul Brasília. Sob o tema "Paz e Brasília", o evento pretende reunir o melhor da música, gastronomia e fotografia. O cantor Luccas Carlos, o grupo Samba Urgente e a banda Surf Sessions abrilhantam a festa. A entrada é gratuita.

O Soul Brasília chega à segunda edição com a missão de celebrar a paz na capital. Para tal, o evento se instala, ao longo de dois dias, em um dos maiores cartões postais de Brasília, a Torre de TV. Na programação, shows musicais, exposições fotográficas e a reunião dos melhores food trucks da cidade pretendem atender jovens e adultos, amigos e famílias. Na música, há opções para todos os gostos: a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro apresenta um rock sinfônico com participação de Haroldinho e Marcelo Barbosa; o Bloco Eduardo e Mônica celebra um carnaval fora de época; Luccas Carlos apresenta o melhor do R&B atual; e o Samba Urgente traz a folia característica que conquistou Brasília.

Prata da casa, a banda de reggae Surf Sessions aproveita o evento para celebrar um marco do grupo. "A banda vai comemorar quinze anos de estrada nesse show. Então, a gente vai contar um pouquinho da nossa história em forma de música. O público de Brasília vai poder fazer um passeio pela nossa história junto com a gente em um show muito especial", revela Renato Azambuja, percussionista e vocalista da banda, ao Correio. O repertório especial deve ganhar mais brilho com a presença de participações especiais e o clima único de festival, que tem a capacidade de reunir tribos distintas.

Melhor que comemorar o tempo de estrada, Azambuja exalta o prazer de celebrar em casa. "Tocar em Brasília é tocar em casa, é tocar para a família, para os amigos, para as pessoas que acompanham a nossa história já bem de perto", conta. "Nada melhor do que comemorar esses 15 anos em um festival, em um evento gratuito, democrático, onde todo mundo vai poder comparecer", completa.

A paz, tema em voga nesta segunda edição, não passa em branco pelos olhos do percussionista: "A paz deveria ser um tema realmente sempre presente. A gente vive um momento muito delicado e acho que essa temática tem que ser muito valorizada nesse momento. A classe artística tem, sim, uma obrigação, um dever de propagar a mensagem de paz, a mensagem de tolerância, uma mensagem de resiliência".
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