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Foto: Divulgação/Arnaldo Sete |
Já pensou como é a realidade de um circo itinerante? O fotógrafo pernambucano Arnaldo Sete apresenta o “Por trás da lona”, onde busca retratar a essência da tradição circense e a vida dos artistas além do brilho e da espetacularidade do picadeiro. A visitação é aberta ao público a partir desta segunda-feira (12) até a próxima quarta (14) em Araripina, das 17h às 20h; nos dias 24 e 25 de setembro, na Via Parque, em Caruaru. Palmares e Recife recebem a mostra, mas ainda sem datas confirmadas.
A exposição, que tem entrada gratuita, conta com 32 fotografias, de tamanho 30 cm x 45 cm, todas em preto e branco. “Em meus trabalhos autorais utilizo sempre essa estética, pois gosto de equilibrar as informações contidas na imagem, de forma que o observador possa caminhar seu olhar por toda superfície da fotografia e descobrir detalhes inseridos naquela composição”, explica o fotógrafo.
Em 2020, Arnaldo Sete resolveu “mergulhar” no universo circense, e apesar da pandemia paralisar o mundo, não foi suficiente para interromper o trabalho. Foram três meses, de manhã à noite, com os profissionais do Circo Alves, uma instalação itinerante localizada em Caruaru, no Agreste pernambucano, quando o projeto foi iniciado. “A forma como fui acolhido pela família Alves foi inesquecível. As imagens que produzi foram feitas a partir do privilégio que tive de conviver com cada integrante e presenciar, de perto, situações que normalmente o grande público não tem acesso”, ressalta Arnaldo.
O artista explica que a exposição comprova a importância das famílias circenses para a manutenção de uma forma de fazer o circo, que resiste à falta de patrocínios e de espaços para a montagem nas grandes cidades. “Resta ao circo itinerante, as pequenas cidades, vilas e povoados, onde a arte simples e extremamente complexa tenta sobreviver se alimentando de arte e cesta básica. Nesse projeto documental busquei registrar, através do cotidiano, a garra e a força de quem persiste em levar arte aos mais variados lugares, onde a alegria do circo dificilmente chega”, relata o fotógrafo que está em sua segunda exposição documental. A primeira, intitulada “Filhos de Natuba”, aconteceu com famílias residentes em um lixão de Vitória de Santo Antão, a 48 km do Recife.