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MOSTRA DE CINEMA

Em alta no Brasil, cultura coreana invade Recife com Mostra de Cinema inédita

Publicado em: 24/09/2022 08:30 | Atualizado em: 24/09/2022 03:23

Sucesso de bilheteria na Coreia, 'Os Ladrões' (2012) é uma
das atrações da mostra no Recife (Crédito: Divulgação)
Sucesso de bilheteria na Coreia, 'Os Ladrões' (2012) é uma das atrações da mostra no Recife (Crédito: Divulgação)
Mais de 16 mil quilômetros em linha reta separam Seul, capital da Coreia do Sul, e Recife. Quem for neste fim de semana à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, vai sentir uma distância menor. O espaço recebe a Mostra de Cinema Coreano a partir desta sexta-feira (23) até domingo (25), uma realização da Embaixada sul-coreana e do Centro Cultural Coreano que propõe aumentar a visibilidade da cultura do país no Brasil, em ampla ascensão nos últimos anos. Os ingressos podem ser emitidos gratuitamente na EventBrite ou retirados até uma hora antes na bilheteria. 

A aproximação entre pernambucanos e coreanos é de um passado relativamente recente. Desde 2013, no último sábado de setembro, é celebrado o Dia da Cultura Sul-Coreana -  quando se promove um intercâmbio cultural com músicas, danças e comidas típicas. O evento está cancelado neste ano. Em compensação, no mesmo período, o estado irá receber um evento oficial voltado às produções audiovisuais, algo que nenhum outro vizinho do Nordeste ainda teve a oportunidade. Brasília, sede da embaixada, foi a única cidade onde ocorreu o festival em 2022. Em 10 dias, cerca de 5 mil pessoas frequentaram a mostra em março.

“Recife é uma das grandes cidades com alto interesse em cultura coreana no Brasil. Até onde eu sei, existem vários grupos de k-pop por aí, então a comunidade de 'Hallyu' é muito ativa”, afirmou Yu Hyun Kim, diplomata responsável pelo setor cultural sul-coreano no Brasil. Hallyu, nomenclatura para “onda coreana”, é um termo essencial para entender o fenômeno cultural do país asiático. 

Dramas coreanos, ou k-dramas, são novelas que podem ser de romance, terror, suspense, entre outros gêneros. As obras fazem parte do contexto da Hallyu, onde também se compreende as danças e músicas do k-pop, cinema e culinária. De acordo com o Rakuten Viki, um streaming voltado para produções asiáticas, os brasileiros estão atrás apenas dos americanos no consumo de k-dramas fora da Coreia do Sul. Com o maior catálogo do mercado, a Netflix surfa na onda coreana. Na semana passada, a plataforma emplacou três k-dramas entre as 10 séries mais assistidas no momento. 
 

Uma Advogada Extraordinária' figura há semanas no top 10 de
séries mais assistidas da Netflix.  (Crédito: Divulgação)
Uma Advogada Extraordinária' figura há semanas no top 10 de séries mais assistidas da Netflix. (Crédito: Divulgação)

 

Porém, o nascimento da Hallyu em solo tupiniquim surgiu antes dos streamings. Daniela Mazur, pesquisadora especializada em estudos do tema, explica que as redes sociais foram a porta de entrada dos conteúdos sul-coreanos para o público brasileiro: “Começou no início da década passada e faz parte de todo um movimento que não foi exclusivo ao Brasil. A Web 2.0, que abrange as redes sociais digitais, foi uma ferramenta muito importante para que os produtos da onda coreana pudessem chegar a públicos que não dependessem inteiramente de um consumo oficial”.

Falando especificamente do Brasil, porém, eventos de k-pop são a virada de chave: “Um dos marcos que deixam claro a chegada da hallyu são os primeiros shows de k-pop, porque os dramas coreanos demoraram a chegar à televisão brasileira e às plataformas. O k-pop é esse carro que consegue abrir portas pelo mundo na Hallyu 2.0, e aqui não foi diferente”, completou Daniela. 

Afinal, ações como a Mostra de Cinema no Recife são parte do processo de crescimento ou consequência disso? Para Hyun Kim, a resposta é ambos: “Nós tivemos a Mostra em Brasília e queríamos apresentar a cultura coreana através dos filmes. Claro, alguns brasileiros entraram em contato pela primeira vez, mas muitos deles já sabiam dos filmes, atores e atrizes. Eu até conheci pessoas do fã clube de dramas coreanos que vieram a Brasília só para assistir à mostra. Então o sucesso também é graças às pessoas que já possuem interesse”, destacou a diplomata.
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