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Notícia de Divirta-se

Brilho de Slash, roda punk com Offspring e protagonismo feminino no quarto dia do Rock in Rio

Publicado em: 09/09/2022 12:17 | Atualizado em: 10/09/2022 13:03

Axl Rose e Slash incendiaram o público com quase três horas de hits (Multishow/Reprodução)
Axl Rose e Slash incendiaram o público com quase três horas de hits (Multishow/Reprodução)

Cidade do Rock - "Se a vida começasse agora / E o mundo fosse nosso de vez / Se a gente não parasse mais de se amar / De se dar, de viver". O jornalista que vos escreve estava com saudade de ouvir a música-tema do Rock in Rio tocada em alto e bom som em meio ao show pirotécnico no Palco Mundo. Desde 2011, quando fui aos dias de Coldplay e Guns n' Roses como headliners (sem esquecer do peso pesado System of a Down), marquei presença em todas as edições, como fã de camisa preta e comumente visto em roda de pogo ou com copo de cerveja na mão. Agora, passados três anos de hiato do festival em razão da pandemia, cá estou na Cidade do Rock, pela primeira vez como imprensa credenciada para cobrir o evento na segunda semana de atrações. E olhe só: com Guns fechando a noite! Sem mais delongas, porque você, leitor, quer saber é das apresentações de quinta-feira.

Comecemos pela atração mais aguardada da noite, cuja camisa foi vestida por mais da metade do numeroso público. Guns n' Roses agradou e muito quem esteve mais próximo ao palco, o mesmo não se pode garantir de quem ficou mais distante, em função do volume um tanto baixo e abafado, algo já criticado no primeiro fim de semana do festival. O repertório foi praticamente o mesmo do show do último domingo, na Arena de Pernambuco, com apenas três diferenças: Reckless life (do disco inaugural Appetite for destruction) e  I wanna be your dog (cover do The Stooges) foram tocadas só no Grande Recife, enquanto Attitude (do álbum The Spaghetti Incident?) rolou apenas no Rock in Rio.

Outro ponto de destaque foram as vestes de Axl Rose em homenagem à Rainha Elizabeth II, falecida no mesmo dia, aos 96 anos. Foi durante Knockin' on heaven's door, de Bob Dylan. Britânica também foi a pontualidade da banda, que em 2011 deixou o público no aguardo por quase três horas debaixo de chuva (embora a questão, no caso, tenha sido mais estrutural). O show foi um desfile de hits, esplendor de Slash e seu longos solos de guitarra, Duff McKagan sempre enérgico e um Axl Rose, digamos, esforçado.

Embora a voz de um dos maiores frontmans da história do rock não atinja as notas mais agudas como antes e o corpo de um homem de 60 anos não aguente os constantes piques pelo palco, Axl consegue levar empolgação para a plateia, entre boas e não tão boas performances técnicas, o que não é novidade para ninguém. Na 5ª participação do Guns no Rock in Rio, o saldo foi positivo.

The Offspring fez um dos shows mais animados da noite (I Hate Flash/Divulgação)
The Offspring fez um dos shows mais animados da noite (I Hate Flash/Divulgação)

MAIS PALCO MUNDO
A primeira atração do principal palco do festival foi CPM 22, por volta das 18h, numa sessão de nostalgia pelas canções que marcaram era para a geração MTV. Um minuto para o fim do mundo, Dias atrás, Regina let's go e uma sucessão de sucessos, para fazer o público pular e, os mais afoitos, abrirem a também conhecida como "roda punk" no meio da galera. E a roda já ficou armada para a atração seguinte, The Offspring. 

Dexter Holand, Noodles & cia fizeram um show tão bom quanto o de 2017, passeando por todos os álbuns, especialmente os dois mais celebrados: Smash e Americana. The kid's aren't alright, Why don't you get a job?, Pretty fly, Come out and play e Want you bad foram das mais animadas, assim como a última, Self steem

Para quem pensava que Måneskin era "banda de uma música só" (I'm beggin, beggin you, yooouuu!), enganou-se. O grupo italiano, "cria" do Tik Tok, mostrou vigor físico e técnico. Foi uma grata surpresa para quem pouco conhecia e uma esperada apresentação potente para quem já acompanha. Damiano David entregou uma performance quente, com direito a quebrar pedestal e mandar palavrões em português ("vâmo, caralh*, porr@!"), e a baixista Victoria De Angelis, nem se fala: roubou os holofotes, com cenas repercutidas nas redes sociais, como a que tocou carregada pelo público. 

Gloria Groove cantou sucessos da carreira e músicas de Pitty, Cazuza e Cássia Eller (I Hate Flash/Divulgação)
Gloria Groove cantou sucessos da carreira e músicas de Pitty, Cazuza e Cássia Eller (I Hate Flash/Divulgação)

SUNSET
O Palco Sunset, como de costume, inaugura a programação. Dia ensolarado, muita fila (já imagino como será, por exemplo, Coldplay...), mas tudo flui. Se começa a bater um sinal de impaciência, logo tem um grupo de gente cantarolando uma música, um vovô headbanger, uma fantasia e muitos sorrisos para te empolgar. E empolgante foi o show de Duda Beat, outra pernambucana a dar boas-vindas ao público, assim como a banda de punk rock Devotos na sexta passada, quando dividiram o palco com os mineiros do Black Pantera. Duda fez um passeio pela carreira, com canções dos dois álbuns, Sinto muito e Te amo lá fora. Teve ainda Vou recomeçar, de Gal Costa.

Perto das 17h, outra atração de peso: Gloria Groove. O público, até então se chegando, logo virou multidão. No setlist, músicas como Vermelho, A queda e Leilão empolgaram. Rolaram ainda versões: Máscara (de Pitty), Malandragem (de Cássia Eller) e Exagerado (de Cazuza). O protagonismo feminino se manteve no palco (o tema do Sunset desse 4º dia foi Divino Feminino),  com Corinne Bailey Rae e Jessie J. A primeira fez um show romântico e intimista, com canções como seu maior hit, Put your records on', de 2006. A segunda merecia Palco Mundo, diante de tanta gente à espera. A britânica Jessie tocou acompanhada do guitarrista brasileiro Mateus Asato, que já se apresentou com nomes como Bruno Mars.

 (I Hate Flash/Divulgação)
I Hate Flash/Divulgação

HOJE TEM MAIS
O quinto dia do Rock in Rio terá a aguardada apresentação de Green Day (0h10), além de Fall Out Boy (22h20), Billy Idol (20h10) e Capital Inicial (18h) no Palco Mundo, e Avril Lavigne (21h15), 1985: A homenagem (19h05), Jão (16h55) e Di Ferrero + Vitor Kley (15h30) no Palco Sunset.
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