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Foto: Arnaldo Sette. |
Nesta sexta (26), o artista visual Jeff Alan vai estrear sua primeira exposição individual na galeria da Casa Estação da Luz, que, nesta ocasião, vai abrir as portas no centro de cultura na Cidade Alta de Olinda. A mostra tem a curadoria do crítico e antropólogo Bruno Albertim e reúne quarenta trabalhos figurativos em várias dimensões, contando com visitação a partir deste sábado (27).
Referência à planta tida como amuleto e símbolo de resistência nas periferias, o nome da exposição é Comigo Ninguém Pode: a pintura de Jeff Alan na Estação da Luz. Atualmente, obras de Jeff Alan podem ser vistas na exposição coletiva “Semprenunca fomos modernos”, também sob a curadoria de Bruno Albertim, em cartaz no Museu do Estado de Pernambuco, e em retratos de personalidades de história e da cultura negras do Brasil, pintados para a exposição “Para deixar de ser para inglês ver”, que marca a reabertura do Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, sob gestão da Fundação Joaquim Nabuco.
“Precoce, a obra de Jeff Alan é magneticamente descolonizante. É mais que hora de o público conhecer por inteiro o potente discurso indentitário na obra de Jeff Alan, que destrói mazelas da diáspora da escravidão africana no Brasil”, afirma o curador.
"Jeff Alan pinta o mundo de fora para dentro. Autodidata, daltônico e morador do bairro do Barro, periferia do Recife, o artista se inspira nas cores e formas das pessoas do cotidiano para construir pinturas afro-realistas. O pincel, companheiro inseparável desde a infância, não é apenas sua principal ferramenta de trabalho, mas também de auto-afirmação e ativismo. Por meio da intensidade dos seus traços, coloca em evidência biotipos historicamente marginalizados em busca de promover a história e singularidade das gentes plurais, simples, trabalhadoras e trabalhadores urbanos, homens, mulheres, crianças. De andada pelo mundo, Jeff faz dos muros de ruas e vielas de áreas descentralizadas, sua galeria a céu aberto a partir de uma narrativa que se propõe acessível. Ele segue uma tendência muito marcante em suas obras: reverenciar e coroar a estética e a força do povo preto. A arte de Jeff é melanina vívida, pulsante e revolucionária”, escreveu a jornalista e ativista Lenne Ferreira.
A exposição Comigo Ninguém Pode tem o apoio das Tintas Iquine, Gráfica e Copiadora Nacional, parceria da Associação de Moradores do Barro, Mago Ferreira Design de Interiores e realização da Fervo Projetos em parceria com a Casa Estação da Luz.