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Coletivo artístico celebra 34 anos de trajetória com a produção ITAÊOTÁ, aberta ao público (Claudia Rangel/Divulgação) |
Com 34 anos de trajetória artística ininterrupta, o Grupo Totem estreia espetáculo nesta quinta-feira, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife, com apresentação gratuita, às 20h. Intitulado
ITAÊOTÁ e com direção e encenação de Fred Nascimento, o novo trabalho parte da investigação de outras performances do grupo, a exemplo de
Ita, onde tratava do corpo primário, de um devir animal, e
Caosmopolita, cujo intuito era refletir sobre o indivíduo contemporâneo mergulhado no caos civilizatório.
Em ITAÊOTÁ, a ideia é mostrar uma maior comunhão, chamando as pessoas para a auto responsabilidade em relação ao momento global conturbado, de problemas sociais, econômicos, ambientais e até mentais, através de saberes não hegemônicos que podem nos conduzir para tempos de mais equilíbrio.
Para fazer esta conexão entre o lado do caos e a essência das pessoas, vão sendo introduzidos em cena alguns elementos durante a performance, tais como instrumentos musicais (maracas, tambor, chocalho) e a pintura dos corpos com tinta feita de urucum. “São elementos simbólicos, que fazem, da ritualização em coletivo e da energia contente da rebeldia, a força para abrir novos caminhos”, ressalta Taína Veríssimo, produtora e uma das performers do Totem. “Precisamos entender que não estamos sós e repensar nossos caminhos e o impacto da ação do homem no meio-ambiente, compreendendo que existem outras formas de socializar, com atenção e cuidado com o outro, com a terra, as plantas, os animais”, completa.
Durante a performance, o primeiro contato com o público em ITAÊOTÁ é através da exibição de vídeo com desenhos feitos à mão, quadro a quadro, por Airton Cardim. Também complementam a cena as projeções de Zé Diniz e pequenos textos de Fred Nascimento. A iluminação é assinada por Natalie Revorêdo, que já trabalhou com o Totem no elogiado espetáculo Retomada.
O espetáculo corresponde à performance final da pesquisa Metamorfismo de (R)existência, que começou em 2019 e é conduzida pelo conceito de descolonização, tendo como referência os modos de resistir e existir de povos indígenas e africanos, para a construção de um futuro ancestral. A montagem conta com incentivo do Funcultura. Após a estreia, o Totem se apresenta no dia 15 de setembro no Festival Transborda, no Sesc Santo Amaro.