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MÚSICA

Pernambucano Henrique Albino lança estreia solo, guiada pelo conceito 'música tronxa'

Publicado em: 15/04/2021 11:13

Henrique Albino durante gravações no Estúdio Fábrica (Foto: Eládio Ferreira/Divulgação)
Henrique Albino durante gravações no Estúdio Fábrica (Foto: Eládio Ferreira/Divulgação)


Poucas coisas conseguem possibilitar uma unidade de conhecimento como o conceito. Seja um símbolo mental, uma ideia ou uma noção. Para intensificar e guiar o seu processo criativo, o músico Henrique Albino, instrumentista (com enfoque no sax) e arranjador conhecido no meio artístico e autoral de Pernambuco, buscou o seu próprio conceito: a "música tronxa" - com x, ao invés de ch.

A ideia deu título ao seu primeiro álbum solo, gravado com o Henrique Albino Quarteto (Felipe Costta, Filipe de Lima e Silva Barros) no Fábrica Estúdios e lançado nesta quinta-feira (15) pelo selo Boa Vista Jazz Records, que vem fomentando a cena jazzística e instrumental de Pernambuco desde o ano passado.

Música tronxa tem seis faixas instrumentais, entre 6 e 10 minutos cada, que vão articular as raízes musicais pernambucanas à liberdade expressiva do jazz, à complexidade rítmica da música instrumental contemporânea e a outras inúmeras possibilidades melódicos-harmônicas. "O 'rtoncho' dá a ideia de algo que é todo 'jogado', mas o 'tronxo', no bom pernambuquês, quer falar sobre uma música que junta a matemática com a intuição, para fazer algo desafiador para quem compõe, interpreta e ouve."

Henrique Albino Quarteto (Foto: Eládio Ferreira/Divulgação)
Henrique Albino Quarteto (Foto: Eládio Ferreira/Divulgação)

"É uma liberdade que você não consegue expressar, um sentimento complexo que é mais do que uma melodia bonita", diz Albino, que cita artistas como Hermeto Pascoal, Arrigo Barnabé,  Maria Schneider, Tânia Maria, Esperanza Spalding, Olivier Messiaen e Steve Coleman como exemplos de músicos que praticam esse tipo essa ideia de "tronxo".

"Eu acredito que o tronxo também fale sobre a necessidade de ter fundamentação e conhecimento sobre o que você deseja. Eu me coloco como pernambucano e os sons que temos aqui são as bases para criar essa complexidade, o meu som, desenvolver minha própria inovação, meu jeito de fazer. É como unir pensamentos diferentes para gerar novos sons".

Para Albino, o frevo é um exemplo de como os pernambucanos gostam dessa ideia de música desafiadora. "Quanto mais difícil, mais achamos legal. Somos fascinados pela complexidade e é muito importante ter a liberdade e a improvisação. A música brasileira às vezes usa sistemas muito específicos, então eu recorro à música contemporânea, ao jazz e à música pernambucana para basear esse disco", finaliza.

Albino tem um currículo extenso. Aos 28 anos, trabalhou como arranjador para Spok, Elba Ramalho e Elza Soares. Também é conhecido pela parceria com o pianista Amaro Freitas. O músico pretende lançar um álbum de canções com a cantora Surama Ramos ainda neste ano.

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