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Festival reúne música instrumental feita nas periferias; Amaro Freitas é destaque do Recife

Publicado em: 10/04/2021 13:28 | Atualizado em: 10/04/2021 13:30

O pianista recifense Amaro Freitas é convidado de destaque como uma das 40 apresentações do festival (Foto: Helder Tavares/Divulgação)
O pianista recifense Amaro Freitas é convidado de destaque como uma das 40 apresentações do festival (Foto: Helder Tavares/Divulgação)

O Festival Instrumental Mulambo Jazzagrário reunirá neste final de semana, em nove apresentações, 12 projetos e artistas das periferias do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, entre outras cidades, totalizando a participação de mais de 40 músicos. As apresentações poderão ser acompanhadas neste sábado (10) e domingo (11), em formato virtual, a partir das 16h, no Youtube da Rádio Escada, produtora visual localizada na capital fluminense.
Esta é a sexta edição do festival e a primeira com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc. O patrocínio possibilitou que o evento ganhasse uma dimensão maior, reunindo grandes nomes da música instrumental e novos talentos que foram “garimpados” pelos curadores Nathália Grilo e Roberto Barrucho nas periferias do país.

Entre os músicos convidados, um dos destaques é o pianista Amaro Freitas, de Recife, segundo o curador Roberto Barrucho. Da periferia da capital pernambucana, Freitas ganhou o respeito internacional e tem discos lançados na Europa. “Trazer esse tipo de músico, que já tem uma projeção internacional, serve para provar aos moradores das periferias que é possível, que existe um caminho para os que estão conseguindo fazer a música e um modo de viver e de se expressar artisticamente”, disse o curador à Agência Brasil.

Tributo

A primeira edição do evento ocorreu em 2016, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, como um tributo ao multi-instrumentista carioca Fernando Grilo, que morreu precocemente aos 22 anos, em 2015, quando viajava para o Nordeste para fazer uma apresentação com o percussionista Naná Vasconcelos.

Segundo Barrucho, Fernando Grilo usava a música instrumental na periferia do Rio como uma força local, “como potência, para as pessoas entenderem que podem fazer esse tipo de arte também”. Grilo influenciou uma geração de músicos, produtores e agitadores culturais da cena da música instrumental independente e suburbana do Rio de Janeiro.

Por meio de iniciativas como "Jazz na caixa", promovida na Vila Aliança, em Bangu; "Realengo of Jazz", no Viaduto de Realengo; e da "Oficina de música criativa”, em Manguinhos, Fernando Grilo agitou a cena musical dos subúrbios do Rio, mostrando um caminho para a visibilidade da cena instrumental periférica.

O curador explicou que, ao atingir espaços marcados pela violência policial e pelo abandono do Estado, Grilo alimentou sons de qualidade de modo acessível a todos, construindo uma rede de possibilidades para músicos de comunidades e guetos. “Era a música também como movimento de ação política”, disse Roberto Barrucho, que assina a curadoria do festival com a viúva de Fernando Grilo.

A partir da primeira edição em homenagem a Grilo, os organizadores decidiram transformar o evento em um festival de caráter permanente.

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