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Festival Celebração da Consciência Negra exalta a mulher negra com rodas de diálogo, videoaula e shows virtuais

Publicado em: 31/03/2021 16:38

Coco de Fulô (Foto: Luise Marques/Divulgação)
Coco de Fulô (Foto: Luise Marques/Divulgação)

A 13º edição do Festival Celebração da Consciência Negra acontece entre os dias 05 e 07 de abril, com transmissão no canal do YouTube do Museu Poço Comprido. O projeto de fomento à cultura negra é uma realização do Ponto de Cultura e do Museu Comunitário Poço Comprido, localizado no município de Vicência, região da Mata Norte pernambucana. Nesta edição, o evento exalta a importância da mulher negra, com shows culturais, videoaulas e rodas de diálogo. Por conta da pandemia, as atividades serão realizadas online.

A estreia da grade artística está agendada para segunda-feira (5), a partir das 20h, com shows culturais regionais, que mesclam ritmo, dança e musicalidade, como coco de roda, ciranda, maracatu rural e forró pé de serra. Na ocasião, o público vai acompanhar, do conforto de casa, os shows de Baixinhos dos Oito Baixos (Vicência), Côco de Fulô (Nazaré da Mata), Maciel Salú (Olinda), Ciranda Bela Rosa de Mestre Bi (Nazaré da Mata), Maracatu Leão da Floresta (Vicência), Maracatu Estrela Formosa (Povoado de Angélicas - Vicência) e Maracatu Leão Coroado (Buenos Aires). 

Na terça-feira (6), segundo dia de programação, o festival apresenta uma videoaula de danças afro-brasileiras. A atividade, que une movimentos e expressão corporal, explora os seguintes ritmos: maculelê, afro e afoxé.  No vídeo, Juçara, dançarina popular, juntamente com os músicos: Nino Alves e Nino Sousa, apresentam os sons, movimentos e passos de cada música. A formação, destinada às crianças, adolescentes, jovens e adultos, visa contribuir para a formação da cidadania, da expressão artística e cultural e dos valores sociais que há em dentro de si. O vídeo, gravado na Moita do Engenho Poço Comprido, zona rural de Vicência, será exibido no canal do Youtube, a partir das 20h.

O ponto alto da programação acontece na quarta-feira (7), último dia do evento, com a roda de diálogo intitulada “Mulheres: força, garra e determinação habitam em nós”. A ideia do encontro é chamar atenção para um olhar sobre a atuação das mulheres negras, trabalhadoras rurais e autônomas, que lutam na preservação das memórias, cultura e identidade de suas tradições, por meio Ponto de Cultura e o Museu Comunitário Poço Comprido, localizado no município de Vicência, na região da Mata Norte de Pernambuco. A conversa será exibida no canal do Youtube do Museu Poço Comprido, a partir das 20h.

Seis mulheres participam da conversa. Cada uma delas são convidadas a se expressarem acerca da realidade das lutas e da importância de se trabalhar em articulação e defesa da comunidade em que estão inseridas.  O bate-papo reúne falas da produtora cultural e professora, Joana D'Arc Ribeiro, contando suas experiências da importância da educação patrimonial e imaterial para o resgate das memórias, a exemplo da Escola Frei Caneca. Um espaço dedicado à formação de novos saberes ligados à cultura da Mata Norte de Pernambuco.

A conversa também terá as presenças de Mestra Mazer e Mestra Cosminha. Elas são especialistas em criar, a partir da fibra da bananeira, artesanatos feitos à mão, como chapéu, sandália, bolsas, entre outros acessórios. É dessa atividade artesanal, que elas extraem o sustento de suas famílias, transmitem os seus saberes e dividem seus afazeres domésticos, a exemplo da criação de animais e agricultura. O município de Vicência é o terceiro maior produtor de bananas de Pernambuco.  Essa mesma atividade é a segunda responsável pela economia local.

O evento, realizado de forma online, recebe a Mestra Cida, moradora da comunidade e atuante no Coletivo das Artesãs do Poço Comprido. Sua habilidade está na produção de artesanatos a base de sementes, colhidas em matas da região.  O processo, realizado de forma manual, aliado a criatividade, geram vários acessórios, como brincos, colares, entre outros.

A roda de diálogo recebe, ainda, Elisabete e Marcela Saturno, mãe e filhas. Dentro da comunidade do Poço Comprido, o papel delas é voltado à culinária. Suas especialidades têm sido a reaplicação e adaptação das receitas herdadas pelas avós e bisavós, sobre doces, compotas e bolos que remetem a memória e sabores dos antigos engenhos de açúcar da região. Por meio desse trabalho, elas criaram uma receita de bolo de macaxeira caramelizado. A iguaria, considerada um patrimônio da culinária local, foi vencedora de um concurso regional de gastronomia, em 2014. Para assistir a conversa, basta acessar a página do festival na internet (encurtador.com.br/guy09).

No mesmo dia será realizada uma roda de diálogo, que tem como tema: Conversa de Mestres. A iniciativa busca reunir personalidades da cultura popular da região para uma conversa sobre memória, desafios e tradição.  presenças do Mestre Calú (Mamulengueiro), Cacá (Violeiro), Sebastião Pedro (Maracatuzeiro), Noé (Cirandeiro). Juntos, eles fazem uma viagem no tempo e na história, com boas lembranças,  sobre as manifestações de cultura popular que estão inseridos, até chegarem ao atual momento da pandemia. O conteúdo poderá ser acompanhado pelo público no canal do festival no Youtube, também a partir das 20h. 

O Engenho Poço Comprido, é o único remanescente do século XVIII em Pernambuco, com tombamento federal, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O espaço também é reconhecido como museu e integra as edificações casa-grande, capela e moita do engenho de açúcar. A produção artística do festival é assinada pela Amata Produção e Serafim Produção, e conta com o incentivo da Lei Aldir Blanc - PE, e apoio do Governo de Pernambuco, Secretaria de Cultura e Governo Federal.  

SERVIÇO
13º Festival Celebração da Consciência Negra
Quando: 5 a 7 de abril.
Onde: Canal do Youtube do Museu Poço Comprido ( encurtador.com.br/guy09) 
Classificação: Livre para todos os públicos
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