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NOVA GESTÃO

'É preciso ampliar o acesso aos bens culturais', diz futuro secretário de Cultura do Recife

Publicado em: 30/12/2020 11:58 | Atualizado em: 30/12/2020 12:05

O jornalista e professor Ricardo Mello assume, no dia 1º de janeiro, a pasta de Cultura da prefeitura do Recife. (Foto: Andréa Rêgo Barros/Divulgação)
O jornalista e professor Ricardo Mello assume, no dia 1º de janeiro, a pasta de Cultura da prefeitura do Recife. (Foto: Andréa Rêgo Barros/Divulgação)


Diálogo é a palavra escolhida pelo futuro secretário de Cultura da cidade do Recife para a pasta que assume na gestão do prefeito João Campos (PSB) no dia 1º de janeiro de 2021. O jornalista e professor Ricardo Mello ocupará a vaga da atriz e estudiosa da cultura popular, Leda Alves. Mestre em Comunicação pela UFPE, consultor, escritor, documentarista e produtor cultural, o próximo gestor participou diretamente da elaboração do plano de governo do novo prefeito durante a campanha eleitoral, contribuindo, sobretudo, na construção das propostas para a cultura.

"Este é o tipo de convite que você sente como uma missão. Queremos voltar a conversar com a classe artística, democratizar o acesso à cultura e trazer um novo olhar para os equipamentos culturais", adianta o futuro secretário Ricardo Mello. Sem detalhar calendário festivo ou mudanças práticas, Ricardo dá uma visão geral do novo caminho da sua gestão.

"Eu venho de uma atuação de cultura e comunicação, seja no audiovisual, ou como escritor e produtor cultural, que é uma atuação de uma certa militância, porque você se envolve muito com a causa. Em nossas reuniões, percebi que João tem um olhar muito atencioso para a cultura, preocupado, atento, e fomos encontrando algumas coisas que estão represadas, que pediam diálogo. Então, antes de tudo, vamos retomar alguns passos, apostar na conversa para então consolidar uma política de cultura para o Recife", destaca.


Alguns pontos da pauta já foram adiantados, como a reestruturação das ações da pasta e a atualização do Mapa Cultural do Recife. "A cidade do Recife é fortemente marcada pela cultura, temos que ouvir a inventividade. Precisamos atualizar o Mapa Cultural do Recife, voltar com uma agenda cultural e equipamentos fortes. Precisamos estar onde a cultura está, extrapolar a cultura de ciclos festivos e pensar em quem faz cultura no dia a dia. Além de buscar integrar as políticas de cultura com educação, economia e turismo", detalha o futuro gestor.

ENTREVISTA - Ricardo Mello, futuro secretário de Cultura da cidade do Recife

Quais propostas ou projetos já tem em vista para implementar na cidade? Qual a prioridade da sua gestão
?
Não arriscaria falar de calendários e planos de governo ainda. Apostamos no diálogo e vemos com simpatia a democratização da produção e do acesso à cultura. Depois da posse teremos uma reunião com o novo prefeito para alinhar o nosso plano de ação. Queremos dialogar com todos os Recifes culturais e ver a cultura do Recife sendo vivida. Há muita expectativa em torno disso.

O PSB segue à frente da gestão do município, como você pretende dar continuidade ao trabalho iniciado pela secretária de Cultura Leda Alves?

Eu tenho uma preocupação muito grande para o fomento do Sistema de Incentivo à Cultura, que retomou há pouco tempo, e fazê-lo efetivamente apoiador do fazedor de cultura na nossa cidade. Outra preocupação é pensar em um conselho de cultura, criando fóruns de debates para ouvir a classe artística. Além de ouvir também a iniciativa privada, unindo todas as forças para que a cultura aconteça. Também penso em explorar o fazer cultural ao longo do ano, para além dos tradicionais ciclos festivos.

A classe artística foi uma das mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Teremos novos editais/chamamentos públicos para garantir a reocupação da arte e dos equipamentos públicos em 2021?
Queremos encarar esse momento como um novo começo, mas olhando também para a tradição do Recife. Tem muitas pessoas querendo encontrar caminhos possíveis, muita coisa que veio com a pandemia para avaliar, como os eventos on-line e híbridos. Vamos discutir um modelo de gestão que democratize e amplie a formação de público.

A Secretaria de Cultura trabalha lado a lado com a Fundação de Cultura Cidade do Recife, que tem por finalidade promover atividades que visem à difusão da cultura e estimular a produção cultural. Como essa relação será desenhada a partir de agora?
Não quero olhar a secretaria como formuladora e fundação como executora. Juntos, nós formulamos juntos e executamos juntos. A gente vai estar lado a lado, literalmente.

A Fundação de Cultura será presidida pelo produtor cultural José Manoel Sobrinho, que trabalhou 43 anos à frente do Sesc Pernambuco. Qual a sua contribuição para o plano de governo da nova gestão?
José Manoel é uma figura diferenciada. Para mim, sua característica principal é a sensibilidade de alguém que produz cultura. Ele é artista, gestor e estudioso. E ele é uma referência do mais absoluto respeito, dono de uma firmeza de princípios com brilho no olho e carrega a cultura como uma causa, como uma missão. Vamos fazer pela cultura com paixão.

O passinho ocupou um espaço significativo durante a campanha política, sendo instrumento de jingles e pauta frequente entre os candidatos. A nova gestão tem planos de fomentar as novas práticas artísticas e descentralizar as ações culturais?
Primeiro, eu defendo o reconhecimento de toda e qualquer manifestação cultural como legítima. Se ela é vivida, apresentada pela população, tem que ser parte da cultura recifense. Precisamos descentralizar o fazer culturasl, democratizar e ampliar acesso aos bens culturais. Queremos mais pessoas produzindo e tendo acesso à cultura na cidade. Pensar que existe a cultura em novos centros para além dos tradicionais pontos históricos do Recife. Há cultura sendo produzida e acontecendo em várias regiões da cidade. Uma expressão artística é o seu próprio centro. E estamos em busca de novos centros.

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