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Solidariedade

Blocos pedem doações para ajudar músicos carnavalescos na pandemia

Publicado em: 07/08/2020 16:52 | Atualizado em: 10/08/2020 13:21

Orquestra do bloco A Porca, em Olinda (Foto: Célio Gouveia/Divulgação)
Orquestra do bloco A Porca, em Olinda (Foto: Célio Gouveia/Divulgação)

As troças carnavalescas olindenses Se Eu Flopar Me Beija e A Porca estão organizando uma vaquinha online para ajudar os músicos da Orquestra do Maestro Carlos, uma das mais tradicionais do carnaval pernambucano, durante a pandemia da Covid-19. O objetivo é que esses trabalhadores, paralisados desde março, recebam cestas básicas ao final da campanha. Intitulada O Frevo Precisa da Gente, a iniciativa espera arrecadar R$ 4500 através da plataforma Vakinha.

Lançada na última terça-feira (4), a vaquinha já ultrapassou 25% da meta, mas espera que os foliões continuem a contribuir, até como uma espécie de retribuição a quem dita os caminhos do frevo pelas ruas e ladeiras em fevereiro e traz tanta alegria ao carnaval pernambucano. Para ajudar, acesse: vakinha.com.br/vaquinha/o-frevo-precisa-da-gente.

"O que muita gente não lembra é que esses músicos não dependem só do carnaval. Durante o ano eles tiram o sustento de vários eventos, como casamentos e formaturas, que também foram suspensos por causa do coronavírus", lembra Rebeca Montenegro, da organização da TCM Se Eu Flopar Me Beija. Higor Nascimento, presidente da tradicional A Porca, considera o momento difícil para quem vive da folia. "Eu cheguei a conversar com alguns músicos e eles disseram para mim 'se aparecesse a oportunidade de tocar amanhã, mesmo sabendo que ia estar colocando a minha vida em risco, eu ia tocar. Porque apesar de não poder tocar as contas chegam'. Por isso todo tipo de ação que venha a colaborar é muito válida". 

Com a questão sobre o possível cancelamento do carnaval de 2021 em pauta na Câmara de Vereadores do Recife, as orquestras estão apreensivas por permanecerem sem trabalho por ainda mais tempo. Muitas das famílias desses músicos vivem exclusivamente do frevo - e foi pensando nisso que a iniciativa surgiu. A discussão no legislativo municipal foi iniciada com o Requerimento 4075/2020, proposto pela vereadora Michele Collins (PP), e vem gerando controvérsia entre os parlamentares.

O vereador Ivan Moraes (PSOL), que pediu vistas do requerimento, acredita que não pode haver uma determinação sem que a população seja ouvida no processo. "O requerimento pede o cancelamento do carnaval, não fala em adiamento nem em outro formato. Por isso a nossa ansiedade em discutir com muita gente. Acho que ainda está cedo para a gente decidir que não vai ter nenhum tipo de carnaval, mas está mais do que na hora, faltando 7 meses, de começarmos a debater isso. É uma festa que faz parte da nossa cultura e do nosso modo de vida no Recife e essa decisão não pode ser de modo nenhum feita por alguns burocratas sem que haja uma grande ouvida da nossa população e, principalmente, de quem faz o carnaval de Pernambuco ser o que é", avalia.
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