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LITERATURA

Fundaj faz live em homenagem ao legado de Patativa do Assaré

Publicado em: 29/07/2020 14:15

O poeta cearense é um dos principais nomes da cultura popular nordestina.  (Foto: Reprodução/Internet)
O poeta cearense é um dos principais nomes da cultura popular nordestina. (Foto: Reprodução/Internet)
Poeta cearense de origem rural, ainda jovem, Antônio Gonçalves da Silva sentiu a dor da perda do pai e da visão de um dos olhos. Mas suas palavras não enrijeceram com as durezas da vida. Da poesia, comparada à beleza das aves, e da sua terra, fez-se Patativa do Assaré. O grande cantor, poeta e compositor cearense foi escolhido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para celebrar o Dia do Escritor, comemorado no último sábado. O evento virtual será nesta quarta-feira (29), às 16h, no canal da Fundaj no YouTube, com oficinas e debates.

Patativa fez seus primeiros versos ainda aos 8 anos, mas o episódio central para sua trajetória artística veio na adolescência. “Aos 14 anos, uma coisa muito curiosa foi a venda de uma de suas cabras para comprar uma viola. Ele pediu a autorização para mãe porque queria ser cantador, via eles andando pelo Sertão no lombo do burro, de paletó, e queria ter uma viola para ser um cantador”, conta Gilmar de Carvalho, autor da biografia Patativa do Assaré (Democrito Rocha, 2000), que se apresenta no evento.

A interação com os repentistas e o interesse de Patativa do Assaré pela arte surgiram de forma muito lúdica, para entreter os moradores locais. Tempos depois, abandonou o instrumento, por motivos desconhecidos - muitos dizem que por conta de sua voz e pela timidez. Trocou a viola pela declamação de poesia e pela relação muito íntima com seus livros e cordéis.

Com o sonho de ser um Castro Alves de outros tempos, a cada apresentação, do sertanejo tímido, despertava um grande artista no palco. “A performance sempre foi muito importante, ele era um homem pequenininho de 1,5 metro de altura, mas quando dizia seus poemas, transformava-se em um monumento. Sua voz amplificava, seus gestos eram eloquentes, se transformava em um performer”, comenta Gilmar.

O poeta só estreou em uma publicação física em Inspiração nordestina (1956). "Naquele ano, ele já era muito conhecido. Declamava, vendia, levava para espaços públicos, para a feira do Crato, aos programas de rádio que participava. Tinha muita noção de difundir a sua obra e fez com que ela circulasse”, diz o biógrafo.

Em 1996, Gilmar fazia doutorado na PUC-SP e foi a Juazeiro visitar Patativa. Dessa época até a morte do artista, em julho de 2002, o pesquisador acompanhou o poeta em entrevistas e publicações. “Foi um acontecimento em minha vida. Mudou minha visão de mundo, mudou minha visão de poesia e foi muito importante.”  

Entre a biografia e outras publicações, Gilmar fez também escreveu O melhor de Patativa do Assaré, uma espécie almanaque paradidático, voltado para jovens, com conteúdo mais descontraído e acessível. “O Patativa fazia poesia sobre o que estava ao redor dele. Não tinha pretensões da falar de outras situações, falava do homem do campo, da floração, dos animais, da chuva, dos trabalhos e da religiosidade. Isso dava um força pra ele. Eram poesias para levar as pessoas a uma tomada de consciência.”
 
Programação completa:
Abertura com Andrea Trigueiro
16h às 16h10
Oficina de Cordel para Crianças
16h10 às 17h10
Bate papo sobre Patativa do Assaré
17h10 às 18h20 
Conversa sobre a Literatura Popular
18h20 às 19h50
Encerramento
19h50 


Serviço
Dia do Escritor Fundaj: Homenagem a Patativa do Assaré e literatura Popular
Quando: Quarta-feira (29), 16h às 20h
Onde:  Canal da Fundaj no Youtube
 
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