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Arte da capa de Enquanto Ainda É Tempo (Foto: Beatrix Guigue/Divulgação) |
O musicólogo, compositor e instrumentista franco-brasileiro Didier Guigue lançou neste mês o álbum Enquanto Ainda É Tempo, marcado por uma sonoridade tensa e sutil, entrecortada por textos que pairam sobre temas de violência, silenciosa ou explícita. O projeto está chegando ao público através do Selo Fictício, que tem propósito divulgar nomes da música experimental, eletrônica e de concerto do Nordeste. Didier vive em João Pessoa (PB) desde a década de 1980. Ele é professor associado da Universidade Federal da Paraíba, onde coordena linha de pesquisa e eventos nas áreas de sonologia e musicologia do século 20.
"O otimismo frágil expresso no título reflete a sequência trágica de eventos que a vida pública brasileira viu ao longo dessa década. Sons de manifestações de rua, de gritos de milícias pentecostais para-militares, vozes que recitam histórias de assassinato e estupro se misturam dando um tom sombrio", ressalta o texto de divulgação do Selo Fictício.
As composições eletroacústicas de Guigue já foram executadas em festivais de música de países como China, França, Espanha, Áustria, Estados Unidos, Grécia e Brasil e publicadas na Inglaterra, Estados Unidos e Brasil. A sua produção passeia entre o experimental, o pop e o erudito, revelando versatilidade e arrojo em entender a cultura sonora. Por residir na Paraíba, a sua importância também está na descentralização da pesquisa sonora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo e na formação de novos artistas-pesquisadores.
Ouça o álbum Enquanto Ainda É Tempo: