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CINEMA

Cinemateca Pernambucana inaugura coleção de livros sobre a produção local

Publicado em: 17/07/2020 08:56

 
 (Foto: Divulgação)
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Dois novos livros da Editora Massangana chegam em momento oportuno para estender o debate em torno do cinema local, em momento de alta difusão da produção pernambucana, tanto no último ano de recordes de ocupação de salas, quanto no contexto atual de presença nos streamings e festivais on-line. As obras são A brodagem no cinema em Pernambuco, de Amanda Mansur, e Verouvindo: audiodescrição e o som do cinema, de Liliana Tavares. O lançamento dos primeiros títulos da nova Coleção Cinemateca Pernambucana será realizado nessa sexta-feira (17), às 19h, em no canal da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no YouTube, com participação das autoras e mediação do pesquisador Paulo Cunha e do chefe da Divisão de Acessibilidade do Cinema da Fundaj, Túlio Rodrigues.

Ambos os títulos são resultado de trabalhos acadêmicos das autoras. A brodagem no cinema em Pernambuco é o desdobramento da pesquisa de Amanda Mansur, realizadora, pesquisadora e professora do Laisa (Laboratório de Análise de Imagem e Som do Agreste). “Comecei a estudar o cinema pernambucano em 2007, no Programa de Pós-Graduação da UFPE. Nesse processo, comecei uma série de entrevistas com esses realizadores. Com alguns deles, trabalhei em produções, como é o caso de Paulo Caldas. Mas eu só comecei a notar essa forma de fazer cinema daqui quando passei a trabalhar com outros diretores, principalmente do Sudeste”, explica. Outro objeto de estudo foi a série Olhar, dirigida por Camilo Cavalcante, feita em duas temporadas com entrevistas junto a realizadores locais, na qual Amanda atuou como diretora de produção.

A partir de uma pesquisa que remete desde a produção inicial em Pernambuco, no Ciclo do Recife, até os dias atuais, a autora enxerga essa brodagem como o cerne da produção. Entre os fatores que ela pontua está a liberdade criativa de trabalhar em um grupo, até uma forma viável de financiamento coletivo para obras que não recebiam apoio. “Quando vários filmes foram realizados na década de 1990, eles contavam com a mesma equipe. Muitos deles eram rodados em sequência e traziam uma equipe técnica de fora, fazendo uma espécie de ‘pacotão’ para conseguir pagar o serviço”, comenta.
 
Na foto Váleria Ferro, André Lima, Solange Rocha, Lírio Ferreiro, Adelina Pontual, Patrícia Luna, Andréa Alves, Samuel Paiva e Cláudia Silveira no Jardim do Centro de Artes e Comunicação, em 1985. (Foto: Paulo Caldas/Acerco de Adelina Pontual)
Na foto Váleria Ferro, André Lima, Solange Rocha, Lírio Ferreiro, Adelina Pontual, Patrícia Luna, Andréa Alves, Samuel Paiva e Cláudia Silveira no Jardim do Centro de Artes e Comunicação, em 1985. (Foto: Paulo Caldas/Acerco de Adelina Pontual)
 
 
A brodagem no cinema local se refere ao modo como se opera as funções e certos grupos de produção que se repetem. “Esse modo de produzir transborda pelos atos de filmagem e passa pra cidade, né? Como lugares muito significativos para manutenção desses grupos. No livro, eu coloco que um desses espaços é o Cinema da Fundação, desde quando funcionava na década de oitenta no cineclube de Marcelo Gomes, que foi muito importante pra formação dessa geração”, pontua.

Para pensar nessa comunidade que compartilha afetos, valores e gostos, a autora usa teses do pesquisador canadense Will Straw, que entre outros conceitos pensa a cena como “um elemento em uma série lexical que inclui 'subcultura', 'tribo' e outras unidades sociais/culturais”, mas também dotada de  uma capacidade de se articular a partir de interesses.

ACESSIBILIDADE
“A coleção surge para difundir ainda mais o cinema produzido em Pernambuco, reunindo obras com abordagens históricas, técnicas e estéticas consideradas essenciais para o campo audiovisual. Além da questão da acessibilidade, que buscamos alcançar plenamente no Cinema da Fundação por meio do Projeto Alumiar”, reitera Ana Farache, coordenadora do Cinema da Fundação e da Cinemateca Pernambucana.

Criado no final de 2017, no Recife, o Alumiar já realizou mais de 21 sessões, com público superior a três mil pessoas com algum tipo de deficiência - muitas delas tendo a primeira experiência com cinema acessível. Além disso, no ano passado, o projeto ganhou as estradas com uma temporada itinerante pelo interior. Toda a acessibilidade comunicacional é feita pela própria Fundaj.

A obra Verouvindo traz justamente o debate acerca do cinema acessível, com exemplos de filmes produzidos com acessibilidade e trabalhando especificamente os recurso para pessoas cegas ou com baixa visão. “O Verouvindo é um festival acessível. Foi o primeiro evento que impulsionou a acessibilidade de filmes em Pernambuco. No livro, falo sobre a audiodescrição e o som no cinema, mostrando como essa camada sonora adicionada ao filme traduz as imagens para deficientes visuais. A audiodescrição dialoga com o script, com a música, com os efeitos sonoros e com a narração. Por ser parte criativa, todas as funções da audiodescrição são pensadas antes mesmo da produção do filme”, explica Liliana Tavares.
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