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Foto: ALBERTO E. RODRIGUEZ / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP |
David Guillod, produtor-executivo e agente de talentos de Hollywood, se entregou às autoridades nesta segunda-feira (22), após ser acusado de estuprar quatro mulheres entre 2012 e 2015, informou seu advogado. Trata-se do último magnata da indústria do entretenimento a enfrentar a justiça desde o surgimento do movimento #MeToo, que levou outro produtor, Harvey Weinstein à prisão.
Guillod, de 53 anos, se apresentou durante a manhã à polícia de Santa Barbara, acompanhado por seu advogado, Philip Kent Cohen. Cohen disse à AFP que seu cliente nega todas as acusações e que "ele espera poder limpar seu nome no fórum apropriado". "O Sr. Guillod foi difamado por oito anos sem ter a oportunidade de enfrentar seus acusadores sob juramento" no tribunal. "A justiça raramente é rápida e muitas vezes não é fácil".
O produtor de filmes como Atomic, com Charlize Theron, e Extraction, com Chris Hemsworth, enfrenta um total de 11 acusações de estupro, sequestro para estupro e estupro de vítima sob influência de drogas em três incidentes separados em 2012, 2014 e 2015 contra quatro mulheres, segundo uma cópia da acusação que a promotoria enviou à AFP. Se for condenado, pode ser condenado de 21 anos à prisão perpétua.
"As acusações foram apresentadas depois que o xerife do condado de Santa Bárbara realizou uma investigação exaustiva junto ao departamento de polícia de Los Angeles", disse a promotoria em um comunicado. "O acusado está atualmente na prisão do condado de Santa Bárbara, com fiança de 3 milhões de dólares", informou o texto, destacando que não há data para que se apresente perante um juiz.
Três das vítimas teriam sido atacadas em Santa Bárbara, onde o produtor será processado, e uma em Los Angeles em 2012. Seus nomes foram mantidos em sigilo. Duas das mulheres citadas na acusação teriam sido drogadas e estupradas enquanto estavam inconscientes no mesmo período de 48 horas em janeiro de 2015. A atriz de "Ted", Jessica Barth, o acusou de droga-la e agredi-la sexualmente. Barth alegou que o incidente ocorreu em 2012, mas seu nome não aparece na acusação.
Seu caso foi investigado pela polícia de Los Angeles, mas foi encerrado dois anos depois. A acusação tornou-se pública em 2017 com o movimento #MeToo e após outra atriz acrescentar um relato semelhante. Guillod renunciou ao cargo de diretor-executivo da Primal Wave Entertainment logo depois.
Os outros dois estupros teriam ocorrido em 2014 e 2015 em Santa Barbara contra mulheres não identificadas. Uma das vítimas, que era sua funcionária, recebeu 60.000 dólares para assinar um acordo de confidencialidade, mas o denunciou seguindo o exemplo de outras mulheres, de acordo com o jornal Los Angeles Times.
"Uma quantidade esmagadora de evidências foi reunida no curso desta investigação para contestar essas acusações", disse o advogado, observando que os testes de DNA foram negativos e que testemunhas confirmaram a versão de Guillod dos fatos. "Numerosas mensagens de texto e e-mails obtidos pela defesa contam uma história muito diferente da alegada", acrescentou Cohen.