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Música

Recuperado da Covid-19, Geraldinho Lins promove arraial online: 'Cultura também é prioridade'

Publicado em: 22/05/2020 11:39

Geraldinho Lins está completando 30 anos de carreira em 2020 (Foto: Divulgação)
Geraldinho Lins está completando 30 anos de carreira em 2020 (Foto: Divulgação)


O ano de 2020 prometia ser muito especial para Geraldinho Lins. Em dezembro, o músico completará três décadas de carreira e já tinha um roteiro preparado: após o carnaval, daria início à turnê junina Arraiá do Geraldinho, seguindo com o projeto Quintal (setembro e outubro), encerrando com a agenda de confraternizações do fim de ano. O coronavírus mudou os planos artísticos. Para além disso, Geraldinho sentiu na pele os efeitos da pandemia. Ele testou positivo para a Covid-19 no mês passado, após apresentar sintomas como febre, dores no corpo e náuseas. "Foi um momento bem doloroso. Eu me desliguei de todo o trabalho”, diz o artista, por telefone.

Geraldinho, no entanto, recuperou-se. "Meus sintomas já desapareceram, apenas minha voz ainda está um pouco rouca. A expectativa é que no sábado já esteja tudo nos conformes”, diz o cantor. A preocupação com a data de amanhã é justificada. Às 16h, ele arma um arraial virtual. O Arraiá do Geraldinho será transmitido no YouTube oficial do cantor. “Estamos fazendo um concurso para estimular que as pessoas enfeitem suas casas, se vistam com roupas típicas do período junino e filmem tudo isso. Iremos dar um prêmio para o vencedor. É uma forma de animar esse São João e aproximar o público”, conta o músico. Vale lembrar que as festas juninas de Caruaru e Petrolina foram canceladas, e a de Campina Grande foi adiada para outubro, mas sem garantia de realização.

Sobre a live, o músico detalha: "O repertório será bem Geraldinho. Além das minhas primeiras canções, teremos músicas de Wesley Safadão, Mastruz com Leite, O Rappa, Cidade Negra, Lulu Santos. Esses três últimos em versão de forró, claro. Eu sempre gostei de fazer um forró universal. Utilizo dessa célula maravilhosa criada por Luiz Gonzaga, mas a universalizando, tornando ela mais moderna, sem perder a dança e a poesia. Assim, consigo contemplar mais gostos, idades e tendências”, explica o artista.

Geraldinho é conhecido por um forró livre de temáticas e estruturas, que flerta com a escola gonzaguiana, sobretudo nos xotes, mas também com o pop romântico, o sertanejo, folk, e MPB. O marco inicial da trajetória é Amor de Sertão, composta com Luciano Barros, que conquistou o público com um forró que já tinha pegada mais urbana e moderna, posterior ao “forró eletrônico”.

Antes da pandemia, cantor tinha 15 shows marcados em maio (Foto: Divulgação)
Antes da pandemia, cantor tinha 15 shows marcados em maio (Foto: Divulgação)


A transmissão contará com um QR Code, para arrecadar doações destinadas a instituições de caridade e também para pagamentos de membros da equipe do cantor. Antes da pandemia, já tinham 15 shows marcados para o mês de maio. “Eu tenho uma equipe de 20 pessoas. Existem algumas propostas de prefeituras, que querem montar uma programação no formato de live. Alguns estão contratando, outros estão convidando. Mas já existe uma movimentação para pagar cachês. Também temos feito parcerias com marcas e seguimos neste formato. O São João de 2020 será assim: lives, participações especiais e fim”, define Geraldinho, que já realizou outras três lives neste período.

Além das turnês adiadas, um outro projeto de Geraldinho permanece na gaveta: um DVD para o álbum Xotes e Canções (2020), composto por sete músicas executadas em um tom mais intimista.. “Nossa ideia é levar essa atmosfera para um teatro. Algo que as pessoas possam olhar, escutar e sentir. É o alicerce do projeto. Se o tempo deixar, iremos realizar. Não consigo imaginar uma data ainda, pois está tudo bem incerto. Essa não é a questão de necessidade mais urgente”, diz. Enquanto uma volta à normalidade não é prospectada, Lins tem descansado e produzido em um pequeno estúdio que mantém em sua casa no Recife, onde vive com a esposa e a filha de 15 anos.

"Estou focado em pesquisar, trabalhar, compor e revisar coisas antigas. Nós, artistas, precisamos sempre criar conteúdos bacanas, mesmo nesse momento difícil. Estamos em um momento também de fake news, com pessoas ruins publicando coisas maléficas, difamatórias, sem fontes ou credibilidade. Precisamos criar um conteúdo que eleve as pessoas. Também para que, quando as coisas voltem, possamos estar preparados para seguir um novo caminho", opina. "Eu tenho a consciência de que seremos o último segmento a voltar, mas voltaremos. Cultura também é prioridade", conclui.
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