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Academia da Berlinda lança novo disco para aliviar tempos turbulentos

Publicado em: 27/03/2020 11:38 | Atualizado em: 27/03/2020 11:42

 (Foto: Bruna Valença/Divulgação)
Foto: Bruna Valença/Divulgação

Após quatro anos sem novidades de estúdio, a banda pernambucana Academia da Berlinda lançou, nesta sexta-feira (27), o álbum Descompondo o silêncio. O título não poderia ser mais apropriado em um momento de tensão e isolamento social, também porque a Academia sempre foi sinônimo de serenidade, animação e pernambucanidade. A estética híbrida, que une surf music com influências afro-caribenhas, latinas e nordestinas, criou uma sensação de familiaridade com o público. E são essas características que os ouvintes poderão contemplar em dez faixas inéditas.

Descompondo o silêncio nasceu de uma parceria com o Coala.Lab e foi gravado no Estúdio Marini, no Rio de Janeiro, sendo o primeiro álbum da Academia gravado fora de Pernambuco. Alguns complementos foram feitos no Estúdio Maruim, em Olinda. A produção foi do carioca Alexandre Kassin, responsável por trabalhos de nomes como Los Hermanos e Adriana Calcanhotto. A masterização ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos, pelo engenheiro de som vencedor do Grammy Robert Carranza.

Capa de Descompondo do Silêncio. (Foto: Coala.Lab/Divulgação)
Capa de Descompondo do Silêncio. (Foto: Coala.Lab/Divulgação)
O resultado aponta para uma continuidade confortável da discografia da banda, composta pelos apreciados discos Academia da Berlinda(2007), Olindance (2011) e Nada sem ela (2016). A capa, assinada por Caio Muratore e José Ferraz, é a primeira a mostrar o rosto dos integrantes, com ilustração de Gabinete. co. A imagem traz uma visão mais hi-fi e urbana de Olinda.

As novidades sonoras são sutis, sempre passeando nessa seara da influência afro-cubana. Entre os destaques está Derrotas e vitórias, que segue as métricas típicas do cancioneiro moderno pernambucano. Estrela do Norte carrega tradições dos trovadores medievais à ciranda pernambucana. Semente do semba explora o semba, gênero nascido na Angola.

"Temos uma ideia de obra aberta, que vai sendo construída para dar continuidade à nossa trajetória", diz Tiné (voz, pandeiro e maraca), que compõe a banda ao lado de Urêa (voz e timbales), Yuri Rabid (baixo e voz), Gabriel Melo (guitarra), Hugo Gila (teclados), Irandê Naguê (bateria e percussão) e Tom Rocha (percussão e bateria).

 (Foto: Bruna Valença/Divulgação)
Foto: Bruna Valença/Divulgação

"Sempre procuramos fazer trabalhos que possam carregar a nossa emoção e que nos represente. Para isso, precisamos de tempo. Não é por acaso que demoramos quatro ou cinco anos entre um álbum e outro. Gostamos de olhar e refletir o que está ao nosso redor."

Nas temáticas, a Academia segue falando sobre o cotidiano, mas numa perspectiva menos jocosa. "O álbum também reflete essa época do Brasil. Desse momento de angústia, de radicalismos, de tanta coisa errada acontecendo", diz Tiné. A música não para talvez seja a faixa que mais sintetiza essa ideologia geral do álbum, ressaltando a importância das canções em momentos difíceis, sejam individuais ou coletivos.

"Para mim, para você / Nossa voz nunca vai se perder”, diz a composição, apontando que esse é um disco sobre esperança, exatamente o que os fãs estavam precisando. "Lançar um álbum novo para nós é um ato espiritual e forte, pois sabemos que vai atingir muita gente", finaliza o vocalista.

Ouça o álbum Descompondo o Silêncio:

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